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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Do Enjoei à Miami: as inspirações da Muma, a startup de móveis assinados

Do incômodo, surgiu a Muma, uma startup de móveis assinados por arquitetos emergentes que nasceu na lavanderia de um coworking em Recife, mas ganhou tração em São Paulo – onde acaba de abrir sua terceira e maior loja. Neste ano, a empresa deve passar da marca de R$ 20 milhões em faturamento, um crescimento de 15% em relação ao ano passado.

A companhia quer atingir a classe B e ser opção de móveis baratos para a classe A. Se tudo der certo, a startup também terá lojas com o mostruário no Rio de Janeiro, Brasília e, num futuro mais distante, na Colômbia.

Fundada em 2013, a Muma nasceu como um marketplace que ajudava a disseminar na internet os móveis concebidos por criadores que nem sempre conseguiam fazer o produto ganhar popularidade no mercado. Naquela época, quem estava fazendo algum barulho era a Oppa, um ecommerce cuja proposta era vender móveis com design a preços acessíveis – o negócio atraiu fundos como a Monashees e Kaszek e anos depois foi comprado pela Meu Móvel de Madeira.

A diferença é que a Oppa não era um marketplace e tinha seu próprio catálogo e estoque. “Venho de uma família em que ninguém é empresário, todo mundo é médico ou funcionário publico. Então, a Muma surgiu como um site sem estoque, como era o Enjoei”, diz Pinho, que até hoje é próximo do brechó online (é membro do comitê de auditoria da companhia).

Matheus Ximenes Pinho, fundador da Muma: nova guide shop em Moema — Foto: Carol Carquejeiro/Valor.
Matheus Ximenes Pinho, fundador da Muma: nova guide shop em Moema

Com um portfólio de 14 mil SKUs (a maior parte de móveis desenhados exclusivamente para a Muma e cerca de 2,5 mil itens assinados por arquitetos), a empresa criada por Pinho começou a mudar de escala em 2017, quando participou de uma incubação no Porto Digital, polo de inovação criado por Silvio Meira no Recife, e fez o primeiro e única rodada da história da companhia. Por 15% do capital, um fundo de empresários pernambucanos investiu R$ 2 milhões.

Com os recursos, a Muma melhorou a experiência do site, investiu em tecnologia para aprimorar o sistema de cálculo de frete e abriu na capital pernambucana a primeira guide shop – loja mostruário com alguns dos itens mais vendidos.

“Foi um estouro de venda. Muita gente não tinha tanta segurança de comprar coisas tão caras pela internet e a loja física passou essa credibilidade e as vendas no site crescerem absurdamente”, diz o fundador. “O cliente vê que a Muma existe de verdade.”

Se uma loja em Recife já ajudava tremendamente, por que não repetir a dose em São Paulo — que já era o principal mercado da companhia. Aberta no bairro boêmio da Vila Madalena, na zona oeste paulistana, a guide shop ajudou fez vendas da companhia dobrarem em 2018. A nova unidade paulistana fica em Moema.

Hoje com 55% do capital da empresa, Pinho não se recusa a conversas com investidores, marcas de móveis e outros marketplaces, mas vem conseguindo crescer com a própria geração de caixa. “Gosto muito da tranquilidade de não ficar prestando contas toda hora. Nosso foco é ter margem para continuar crescendo”.

Além do fundador, o quadro de sócios da Muma é composto Diego Ortiz (CTO) e Carolina Lumack (COO), que têm 30% do negócio. O restante pertence aos investidores pernambucanos que apostaram no negócio há cinco anos.

Fonte: Pipeline Valor