Esportes
Sexta-feira, 29 de março de 2024

São Paulo supera trauma, vence Palmeiras e sai na frente na Copa do Brasil

O reencontro entre São Paulo e Palmeiras trazia a dúvida sobre como a equipe de Rogério Ceni se comportaria depois de levar a virada nos acréscimos na partida da última segunda-feira (20). Com apoio de mais de 38 mil torcedores, o time tricolor repetiu o domínio inicial, agora no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, mas, dessa vez, não permitiu que o rival buscasse o resultado. A vitória por 1 a 0 foi construída ainda no primeiro tempo, com gol de Patrick.
Para além do resultado, a vitória também recupera o moral são-paulino. A derrota por 2 a 1, com dois gols sofridos nos acréscimos, havia deixado um clima de abatimento no Morumbi, na última segunda-feira. Rogério Ceni cogitou, inclusive, escalar uma equipe alternativa na Copa do Brasil, para priorizar o Brasileiro, mas desistiu e mandou a campo, nesta quinta-feira (23), exatamente a mesma formação.
O resultado faz com que o São Paulo vá com vantagem para o segundo jogo, que acontecerá no dia 14 de julho, no Allianz Parque. Um empate será suficiente para que a equipe de Rogério Ceni avance para as quartas de final da Copa do Brasil.
Ao Palmeiras, além da desvantagem no confronto, a derrota significa o fim da invencibilidade de 19 jogos na temporada.
O São Paulo era muito melhor, atacando e defendendo, quando Patrick, aos 30 minutos do primeiro tempo, colocou o time tricolor na frente. Nestor brigou com a marcação de Gustavo Gómez pela esquerda do bico da área verde. A bola dividida sobrou para Patrick, que invadiu a área e finalizou de canhota, deixando Weverton sem ação.
Com a mesma escalação da partida de segunda-feira, Rogério Ceni tentou inovar no posicionamento da marcação. E a nova postura teve influência no ótimo primeiro tempo feito nesta quinta-feira. O São Paulo adotou como estratégia não marcar o zagueiro Murilo na saída de bola. Dessa maneira, a saída de bola obrigatoriamente passava pelos pés do camisa 26, já que as outras opções eram bloqueadas pela defesa são-paulina.
A tática é bastante semelhante à adotada por Abel Ferreira. No duelo entre as duas equipes na Libertadores do ano passado, o treinador português deixou a bola com Arboleda e fechou as opções de passe. O zagueiro equatoriano, pouco acostumado a ter essa função, se via obrigado a tentar lançamentos ou forçar passes, o que acabava facilitando para o Palmeiras recuperar a bola.
Para tentar se livrar da armadilha armada por Ceni, o meia Zé Rafael passou a buscar a bola na defesa. Com mais qualidade de passe do que Murilo, o camisa 8 surgia como a grande esperança alviverde, já que Danilo foi o tempo todo marcado por Rodrigo Nestor.
Ainda assim, o Palmeiras sofreu para conseguir incomodar o São Paulo no primeiro tempo. A equipe finalizou ao gol de Jandrei pela primeira vez aos 30 minutos.
Lado mais frágil da defesa do Palmeiras, a esquerda viu Piquerez errando muito na primeira etapa. Sem marcar Murilo, o São Paulo dobrou a marcação no lateral-direito, que sofreu com as subidas de Igor Vinícius. O camisa 2 são-paulino passou como quis pelo rival e forçou muitos erros de passe do lateral.
O Palmeiras, mais uma vez, transformou o jogo em um ataque contra defesa. Foram 15 minutos em que o São Paulo não respirou, e Gómez, Danilo, Rony e Veron tiveram boas chances. O São Paulo ficou acuado, até conseguir chegar à linha de fundo em uma bola esticada, que Calleri dominou. Gómez chegou na dividida e o clima esquentou.
Reinaldo veio correndo tirar satisfação, Weverton e Nestor trocaram empurrões e puxões de camisa. Mas ficou nisso. Gómez saiu com um cartão e Reinaldo, com outro.
Depois da confusão, a partida se equilibrou. Mesmo com menos controle do jogo do que o Palmeiras, o São Paulo manteve seu poder ofensivo. Gabriel Neves, em mais uma boa partida, era o responsável pelos desarmes e pelos passes que ligavam os contra-ataques são-paulinos.
O Arboleda, que fazia uma excelente partida, deixou o campo chorando muito, aos 35 minutos do segundo tempo. O equatoriano dividiu com Navarro pelo alto. Na queda, ele prendeu a perna esquerda no solo e ainda caiu com a direita sobre ela, fazendo uma alavanca.

Fonte: FolhaPress/Brunno Carvalho