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Quinta-feira, 2 de maio de 2024

Bolsas fecham em alta após comunicado do Fed sobre juros

Os mercados globais de ações reagiram de forma positiva ao aperto monetário anunciado pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) nesta quarta-feira (15).
Em Wall Street, a Nasdaq saltou 2,15%. Os índices S&P 500 e Dow Jones avançaram 1,63% e 1,08%, nessa ordem.
Com menos força, a Bolsa de Valores brasileira saiu da estabilidade durante a tarde para acompanhar o movimento de alta do exterior. O Ibovespa, referência do mercado doméstico, subiu 0,63%, a 107.431 pontos.
O dólar subiu 0,24%, a R$ 5,7080, renovando a sua maior cotação desde abril.
O desempenho das bolsas contraria a reação esperada por analistas à confirmação de que o Fed irá aumentar os juros da economia e acelerar a antecipação do fim da compra de títulos, pois as medidas tiram liquidez dos mercados de ações.
As altas dos mercados desta quarta, porém, podem ser explicadas pelos detalhes fornecidos pelo presidente do Fed ao anunciar tais medidas. Jerome Powell apontou claramente que a inflação é a principal ameaça à economia americana, que já não corre risco de ser paralisada pelo surgimento de variantes do vírus da Covid-19.
“O que realmente está acontecendo é que a inflação está mais alta por mais tempo do que o esperado e o Fed está reconhecendo isso”, disse Esty Dwek, diretora de investimentos do Flow Bank, ao Wall Street Journal.
A analista considera que empresas e consumidores aprenderam a lidar com a Covid e que, neste momento, a principal preocupação é que a inflação gerada pelo desabastecimento seja reforçada por paralisações da produção na China, onde o governo quer zerar as contaminações.
Apesar da decisão contracionista, os comentários de Powell deram pistas de que o aperto monetário poderá durar menos do que o esperado.
Ao apontar claramente a quebra da cadeia de suprimentos como a causa da inflação, a autoridade monetária dos Estados Unidos aliviou preocupações de investidores sobre uma escalada de preços no longo prazo, segundo, Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.
Ao pontuar que os próximos passos da política monetária acompanharão o avanço da pandemia, Powell também sinalizou que o Fed continuará sendo cuidadoso quanto à velocidade de retirada dos estímulos, avalia Borsoi.

Fonte: FolhaPress