MARINA DIAS
WILMINGTON, DELAWARE, EUA (FOLHAPRESS) – O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, venceu em dois estados decisivos do Meio-Oeste americano nesta quarta (4) e chegou mais perto de uma vitória na acirrada disputa contra Donald Trump.
Depois de quase 24h de apuração, projeções da imprensa americana mostravam que Biden havia vencido nos determinantes Wisconsin e Michigan e chegado a 264 dos 270 votos que precisa no Colégio Eleitoral.
Assim, o democrata, que ficou a um estado de ser eleito o 46º presidente dos EUA, fez um discurso de união em que se disse confiante na vitória e viu Trump agir para levar a disputa para a Justiça.
Diante do cenário cada vez mais favorável ao adversário, a campanha do republicano entrou com ação na Justiça para tentar suspender a contagem de votos em Michigan e na Pensilvânia e disse que pediria a recontagem de votos em Wisconsin, onde Biden venceu por menos de 1%.
Segundo as regras do estado, o candidato que questionar o resultado com margem maior de 0,25% do total de votos precisa pagar US$ 3 milhões (R$ 16,99) para dar entrada na ação -o dinheiro é devolvido caso haja mudança no veredito após a revisão dos números.
O movimento era esperado, já que se declarou vencedor do pleito na madrugada de quarta, antes mesmo de haver o resultado final, e disse que acionaria a Suprema Corte para interromper a contagem de votos.
O temor do presidente é que as cédulas enviadas por correspondência, de maioria democrata, virassem o jogo em estados do Meio-Oeste, cada vez mais fundamentais para sua reeleição, como de fato aconteceu.
Para responder às manobras do presidente e tentar controlar a narrativa, Biden fez um discurso em que falou como estadista, prometendo unir o povo americano, embora não tenha se declarado vitorioso.
“Não estou aqui para declarar que vencemos, mas estou aqui para dizer que, quando a contagem terminar, acreditamos que seremos os vencedores”, afirmou. “Competi como democrata, mas vou governar como um presidente americano. É hora de deixar a campanha para trás, ouvir uns aos outros. Não será fácil. Não sou ingênuo. Sei como são profundas as discordâncias, mas, para termos progresso, temos de parar de tratar oponentes como inimigos. O que nos une é mais forte do que o que nos separa.”
Entre as regiões que estavam indefinidas, além de Michigan e Wisconsin, Biden também levou o Arizona, que não elegia um democrata desde 1992. Nos dois primeiros, Trump começou a apuração na frente, mas o quadro mudou quando os votos por correio começaram a ser apurados –nos EUA, cada estado tem suas próprias regras, e a ordem de entrada das cédulas pode causar distorções iniciais na contagem.
Trump se aproveitou da “miragem vermelha” para ir a público dizer que achava “muito estranha” a mudança de cenário. “Ontem à noite estava liderando, muitas vezes de forma sólida, em diversos estados-chave, em quase todas as instâncias governadas e controladas por democratas. Então, um por um, eles começaram a desaparecer magicamente enquanto cédulas surpresa eram contadas”, escreveu no Twitter.
“MUITO ESTRANHO, e os ‘pesquisadores’ entenderam completamente e historicamente errado”, acrescentou o presidente, reforçando sua narrativa, sem provas, de que o voto postal é gera fraudes.
O Twitter classificou o post como contestável, apontando que “parte ou todo o conteúdo compartilhado pode ter informações incorretas sobre como participar de uma eleição ou outro processo cívico.”
Trump aposta no Judiciário americano, modulado por ele nos últimos quatro anos, para conseguir vitórias nos tribunais de apelação locais. Ele foi o presidente que mais nomeou juízes federais -mais de um quarto dos magistrados que estão na ativa e são responsáveis por muitas das ações nos estados.
Além disso, o republicano nomeou três magistrados para a Suprema Corte, ampliando a maioria conservadora no tribunal para 6 a 3 -o presidente já falou diversas vezes em acionar a instância máxima da Justiça americana para resolver eventuais impasses na eleição.
Com três estados que haviam ficado com Trump em 2016, Biden só precisava vencer em um dos outros quatro que ainda seguiam indefinidos na noite desta quarta para ser alçado à Casa Branca: Pensilvânia, Nevada, Geórgia ou Carolina do Norte.
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Domingo, 8 de setembro de 2024
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