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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

Nerdstore, a nova aposta geek do Grupo Magazine Luiza

A plataforma de conteúdo Jovem Nerd e a empresa de comércio eletrônico esportivo Netshoes, ambas do grupo Magazine Luiza, compraram a loja virtual Nerdstore. O plano é transformá-la no maior marketplace do segmento no país. As empresas não divulgaram o valor do negócio.

A Nerdstore foi fundada pela própria Jovem Nerd em 2008 e vendida em 2018 ao empresário Fernando Aléscio. Agora, volta a ser comandada pelos fundadores como mais uma fonte de receitas para a empresa e um novo espaço de criação de produtos. Como consequência, passa a fazer parte do Grupo Magalu.

Já para a plataforma de venda de artigos esportivos, o negócio representa a chance de aproveitar seu conhecimento sobre e-commerce e marketplace para atingir um novo público.

“É uma missão especial e estamos muito empolgados em colocar o Jovem Nerd em evidência e consolidar a Netshoes também no mercado de vestuários e artigos nerd e geek”, afirma a CEO da Netshoes, Graciela Kumruian.

A nova Nerdstore

Com a aquisição, a Netshoes fica responsável por toda a operação do e-commerce, incluindo a plataforma de vendas, a logística e o atendimento. Já a Jovem Nerd assume a curadoria do marketplace e a criação de produtos inéditos.

Hoje, a maior fonte de receitas da Jovem Nerd é a venda de publicidade. A expectativa é que os novos produtos originais, que incluirão jogos de tabuleiro e videogames, passem a ter destaque na arrecadação. “A gente tem um monte de projetos novos, e é uma droga não poder contar porque são sigilosos”, afirma Deive Pazos, CEO e fundador da Jovem Nerd.

O peso e investimento do Magazine Luiza facilitam o licenciamento de produtos de marcas internacionais consolidadas. Para o lançamento do marketplace em 17 de julho, por exemplo, foram disponibilizadas cinco camisetas exclusivas do personagem Wolverine, da Marvel Entertainment.

Camiseta licenciada do Wolverine da coleção exclusiva elaborada para o relançamento da Nerdstore sob direção da Jovem Nerd (Crédito:Divulgação)

Segundo a Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens, o faturamento no país com produtos licenciados em 2023 foi de R$ 22 bilhões, valor 5% superior ao do ano anterior.

“É um mercado ainda em expansão”, diz Kimruian. “Com essa parceria, adicionamos esse universo à nossa plataforma e usamos todo o nosso know-how para elevar a Nerdstore a um novo patamar de marketplace geek.”

Venda e recompra

Quando a Nerdstore foi vendida, em 2018, a Jovem Nerd vivia uma fase muito diferente. Contava com cerca de 15 funcionários. “Era uma empresa quase familiar, em que a gente estava envolvido em 100% da operação”, afirma o CEO em referência ao seu amigo e co-fundador da empresa, Alexandre Ottoni.

A Jovem Nerd havia surgido em 2002 como um site de conteúdo. Em 2006, lançaram o primeiro podcast. Em 2008, decidiram criar a loja virtual para atender pedidos do público por camisetas, pelúcia do mascote e outros itens colecionáveis. A Nerdstore cresceu e, em 2018, faturava sozinha valor equivalente ao de sua criadora.

Foi quando os fundadores decidiram morar em outro país. Como estavam envolvidos em todos os processos do e-commerce — acompanhavam desde a criação e seleção de produtos até a pós-venda — chegaram à conclusão de que era inviável tocar o varejo à distância. Venderam a loja e, em 2019, mudaram-se para os Estados Unidos.

Um novo cenário para a Jovem Nerd começou a se formar em 2021, quando ela integrou uma leva de mais de 20 empresas compradas pelo Magazine Luiza no intervalo de um ano. Os valores da operação não foram divulgados. Pazos e Ottoni permaneceram no comando da empresa que fundaram.

Na mesma época, a Netshoes foi adquirida pelo Magalu por aproximadamente 62 milhões de dólares. Outras aquisições do grupo incluíram as empresas de software Stoq e Betta, a plataforma de logística GFL, a fintech de pagamentos Hub, outras criadoras de conteúdo como Canatech e StealThe Look, entre outras.

A Jovem Nerd ganhou então fôlego financeiro e uma estrutura administrativa mais complexa. “Surgiu essa possibilidade de fazer novos negócios: internacionalizar, criar novos tipos de conteúdo, abrir novas frentes de projetos”, explica Pazos.

Hoje, a empresa de conteúdo conta com cerca de 40 funcionários, responsáveis por produções diárias em diversos formatos. Administra diversos podcasts e um canal de YouTube com 2,5 milhões de inscritos. Tem ainda planos em fase inicial de criar uma programação em inglês.

Fonte: IstoéDinheiro