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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Malwee quer expandir lojas modulares e não vê problema em consolidação na moda

Empresa quer usar modelo menos custoso e mais sustentável para avançar na expansão da bandeira Malwee Kids

Primeira CEO na quinquagenária história do Grupo Malwee, a caxiense Gabriela Rizzo tem ajudado a companhia a implementar uma jornada de evolução em sua gestão, com o emprego da tecnologia para melhoria de processos e a busca por formatos de lojas mais sustentáveis e menos custosas. A ideia é que a companhia de moda consiga, após testes de um ano, expandir o número de unidades com construções modulares. Uma operação do tipo foi inaugurada no Parque Malwee, em Jaraguá do Sul (SC), em julho de 2023.

A Malwee está apostando em lojas modulares, feitas a partir de contêineres. “Esse formato pode ser traduzido para uma pop-up store ou para lojas em outros lugares fora dos centros urbanos”, diz Rizzo ao InfoMoney, em entrevista concedida durante o evento Empreende Brazil. “Nossa loja do parque tem quatro contêineres. Ela pode ser feita com quatro, com seis ou com oito, a depender do sortimento que vamos levar para dentro.”

O intuito do grupo é usar esse modelo, no qual uma loja pode ser erguida em menos de duas semanas, para expansão por franquias da marca Malwee Kids, voltada para o público infanto-juvenil – cada unidade terá entre 60 e 80 metros quadrados. Hoje, a bandeira Malwee Kids conta com 22 unidades. O grupo também detém 215 lojas da bandeira Aqui tem Malwee, que comercializam produtos de suas quatro marcas: Malwee, Malwee Kids, Enfim e Carinhoso. Em 2024, foram abertas sete unidades, enquanto outras lojas passaram por reformas. Já no canal multimarca, a Malwee contabiliza atender a cerca de 22 mil revendedores, espalhados por 4.233 cidades no país.

Ao assumir a empresa, a executiva ocupou uma posição que sempre foi destinada a membros da família Weege. Hoje, seu antecessor, Guilherme Weege, que foi presidente do grupo por quase duas décadas, é presidente do conselho de administração. Apesar de buscar por uma profissionalização do modelo de negócio, Rizzo diz que não pretende fazer mudanças bruscas na operação. “O segredo para essa transição estar sendo bem-sucedida é porque eu era conselheira e responsável pelo comitê de marca e produto. Ou seja, eu já conhecia muito da cultura, dos projetos e da estratégia da empresa”, afirma ela. “A minha experiência em marca e produto e minha experiência no varejo contribui um pouco com a construção de uma jornada bem verticalizada na empresa.”

Onda de fusões no varejo de moda

A empresa também não vê problemas no movimento de consolidação do mercado de moda. Nos últimos tempos, a Arezzo&Co comprou a Reserva, enquanto o Grupo Soma abocanhou a Hering. Em fevereiro deste ano, as duas gigantes se uniram, criando uma companhia com faturamento combinado de mais de R$ 12 bilhões. Rizzo acredita que a Malwee não deve ser tão atingida com o movimento, já que atua em um “Brasil profundo”. “Nós operamos em cidades pequenas e médias, munícipios com até 180 mil habitantes ou que estão nos arredores dos grandes centros do Brasil. (…) Vejo que essa consolidação está se dando olhando muito para um lugar nichado, com marcas mais voltadas às classes A e B no país”, diz Rizzo. “Pelo fato de atuarmos em cidades menores, a gente está em um Brasil diferente do qual estão essas marcas ou similares.”

Fonte: InfoMoney