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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

A Kicaldo fatura R$ 1,2 bilhão com feijão. Agora, terá nova fábrica de R$ 45 milhões para crescer

Empresa quer crescer 8% em volume de vendas no ano que inicia e planeja também remover alguns mitos do imaginário dos consumidores, como o de que cozinhar feijão é difícil

Ele é praticamente considerado um membro honorário nas famílias brasileiras. Na hora do almoço ou do jantar, a receita é tradicional: arroz, uma proteína e, é claro, o feijão, que existe em diversas variedades, como preto, vermelho, branco, fradinho e carioca.

Para a família Bortolanza, o feijão não é apenas um alimento, mas também representa trabalho e fonte de renda. Eles são proprietários da Kicaldo, uma das maiores marcas de feijão no Brasil, com presença significativa no sudeste, centro-oeste e nordeste do país. A empresa, que acaba de celebrar seu 25º aniversário, encerrou o ano de 2023 com uma receita de 1,2 bilhão de reais e um aumento de 10% no volume de vendas em comparação com o ano anterior.

A perspectiva de crescimento para 2024 é semelhante, com a conclusão de um investimento de 45 milhões de reais na nova fábrica em Feira de Santana, Bahia, programada para ser inaugurada em agosto. Essa unidade será totalmente automatizada, desde a recepção do feijão da plantação até a expedição do produto final.

Mauro Bortolanza, fundador e Diretor Presidente da Kicaldo, destaca a automação como um diferencial significativo: “Da lavoura à expedição, ninguém coloca a mão no feijão. É tudo automatizado”.

Além de otimizar o processamento do feijão, a nova fábrica permitirá à empresa diversificar seu portfólio, incluindo produtos como ervilha, lentilha, grão de bico, farináceos de mandioca e milho de pipoca. A Kicaldo aposta especialmente no último, com a expectativa de um crescimento entre 30% e 40% nas vendas desse produto.

Apesar de ter nascido em São Paulo, a Kicaldo tem suas raízes em Santa Catarina, onde a família Bortolanza inicialmente comprava feijão de grandes produtores para vender a granel em feiras e mercados. Com o tempo, a marca se consolidou e expandiu suas operações, alcançando presença em todos os estados brasileiros.

A empresa não possui plantações próprias, atuando como intermediária entre o varejo e os produtores. Mesmo enfrentando desafios, como a queda no consumo per capita de feijão no país, a Kicaldo está adotando estratégias inovadoras, como a contratação de chefs de cozinha e influenciadores digitais, para destacar a versatilidade e saúde do feijão, buscando reverter a tendência negativa.

Com uma fábrica em São Paulo e a nova unidade na Bahia, ambas altamente automatizadas, a Kicaldo almeja um crescimento sustentável em 2024, visando um aumento médio de 10% no volume de feijão e demais produtos. A nova fábrica, equipada com robôs para paletização e seleção de grãos, está prevista para inauguração em agosto, fortalecendo a presença da marca no mercado e consolidando sua posição como referência em mercearia seca.

Fonte: Exame