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Quinta-feira, 2 de maio de 2024

Uma nova provedora de internet nasce já com a Petrobras de cliente e mirando faturar R$ 100 milhões

No passado, a consolidação de uma provedora de internet no mercado representava um desafio considerável, principalmente em termos de infraestrutura. A instalação de cabos era uma empreitada dispendiosa, e as manutenções eram ainda mais onerosas. Portanto, alcançar um número significativo de cidades no Brasil era uma prerrogativa reservada às grandes empresas, como Claro, Oi e Vivo. Para as provedoras menores, que somam mais de 12.000 no Brasil, o foco permanecia predominantemente regional.

Recentemente, o cenário passou por uma transformação com a entrada de empresas de rede neutra no Brasil. Essas empresas alugam seus cabos, permitindo que provedoras se concentrem exclusivamente na operacionalização e comercialização dos serviços de internet. Um exemplo proeminente desse modelo é a V.tal, uma empresa de fibra óptica originada da separação da infraestrutura da Oi e posteriormente adquirida pelos fundos da Globenet Cabos Submarinos e do BTG, pertencentes ao mesmo grupo controlador da EXAME.

Esse movimento abriu espaço para uma nova oportunidade de mercado: provedoras relativamente menores em comparação às gigantes do setor, mas capazes de operar em nível nacional sem a necessidade de instalação e gestão da infraestrutura de rede.

É nesse contexto que surge a SecureLink, uma provedora de internet recém-lançada que já firmou um contrato de 20 milhões de reais com a Petrobras. A proposta da empresa é atuar como provedora de internet para médias e grandes empresas no Brasil, tanto públicas quanto privadas.

Flávio Lang, cofundador da SecureLink, destaca a lacuna existente no mercado, onde as grandes operadoras cobram caro devido à sua estrutura pesada, enquanto as regionais têm cobertura limitada. A SecureLink visa preencher esse espaço ao atuar em diversos estados do Brasil e integrar fornecedores variados.

A empresa tem como meta conquistar 40 clientes até o final do próximo ano, almejando um faturamento de 100 milhões de reais em três anos.

A SecureLink foi fundada por dois empresários com experiência no setor: o empreendedor chinês Tyler Du Pengfei, com mais de 15 anos de experiência, e Flávio Lang, com mais de 20 anos de atuação em empresas como TIM, Oi e Brasil Telecom. A empresa nasceu da percepção de Lang sobre as oportunidades geradas pela ascensão das redes neutras.

A estrutura da SecureLink envolve a parceria com a Lotus ICT, empresa de Tyler, que já fornece serviços de infraestrutura digital em áreas como nuvem, telecomunicações e óleo e gás. A SecureLink é, portanto, um novo braço de negócios dentro dessa empresa-mãe.

A nova provedora concentrará seus esforços em atender médias e grandes empresas em âmbito nacional, apostando no atendimento digital e na contratação de funcionários sêniores para diferenciar seus serviços. Além da oferta de internet, a SecureLink planeja integrar soluções tecnológicas, como cibersegurança, ao seu portfólio.

Com a conquista de um contrato de 20 milhões de reais com a Petrobras, a SecureLink já inicia suas operações de forma promissora. A empresa planeja mirar em outros editais de companhias públicas e governos para expandir suas fontes de receita e está confiante em sua proposta de valor, ganhando 60% das propostas que apresentou até o momento.

Fonte: Exame