Negócios
Domingo, 19 de maio de 2024

Sete fábricas da Heineken por um euro

Cervejaria aceitou o desaforo para resolver de vez sua saída do mercado russo

A Heineken enfim vendeu suas operações na Rússia, incluindo sete cervejarias e 1,8 mil funcionários, para uma companhia de embalagens e cosméticos local por um valor simbólico de um euro. O acordo com o Arnest Group levou quase 18 meses para ser finalizado e resultará numa baixa contábil de 300 milhões de euros para o grupo holandês.

O acordo não envolve licenciamento de nenhuma das marcas internacionais do grupo Heineken, que já tinham deixado de ser vendidos na Rússia desde o ano passado. Mas há um acordo de licença por três anos de algumas marcas regionais pequenas para garantir a continuidade da operação, uma vez que o Arnest Group se comprometeu a manter os funcionários por três anos.

Segundo a Dow Jones, esse licenciamento incluiria a Gösser e a Edelweiss, ambas austríacas, e a Krusovice, uma marca tcheca. O Arnest também vai assumir um empréstimo de 100 milhões de euros da unidade – o que nem assim deixa o valor da transação menos simbólico.

A Rússia está dificultando a saída de empresas ocidentais após a aprovação de um decreto no início do ano que dá permissão ao governo de estatizar temporariamente os ativos de empresas ou pessoas do que Moscou chama de Estados hostis. No mês passado, o governo tomou o controle das operações da Danone e da Carlsberg. Nomeou o ministro da agricultura da Chechênia para cuidar dos negócios da empresa francesa e um empresário russo para comandar os da cervejaria dinamarquesa.

“Agora completamos nossa saída da Rússia. Os acontecimentos recentes mostram os desafios significativos que grandes indústrias têm enfrentado para deixar a Rússia”, disse Dolf van den Brink, diretor-presidente da Heineken, em comunicado. “Ainda que tenha levado muito mais tempo que o esperado, essa transação assegura o sustento dos nossos funcionários e nos permite sair do país de forma saudável.

A Heineken já tinha anunciado sua intenção de deixar a Rússia em março do ano passado. No comunicado, a companhia holandesa se disse “chocada e profundamente triste” com a invasão da Ucrânia. Logo depois, suspendeu as vendas locais, suportadas principalmente por Amstel.

Fonte: Valor Pipeline