Negócios
Quarta-feira, 3 de julho de 2024

Tok&Stok recebe aporte de R$ 100 milhões, fecha lojas e reestrutura dívida de R$ 350 milhões

Os novos recursos são uma composição de investimentos dos dois sócios do negócio, o fundo Carlyle, que adquiriu 60% da varejista em 2012 por R$ 700 milhões, e da família Dubrule, fundadora da rede em 1978

A Tok&Stok está passando por uma reestruturação financeira que recebeu um novo impulso com um aporte de R$ 100 milhões anunciado na segunda-feira, dia 26. A empresa de varejo de móveis enfrenta uma dívida estimada em mais de R$ 350 milhões.

Os recursos adicionais são provenientes de investimentos feitos pelos dois sócios do negócio: o fundo Carlyle, que adquiriu 60% da varejista em 2012 por R$ 700 milhões, e a família Dubrule, fundadora da rede em 1978.

Além disso, a empresa conseguiu renegociar sua dívida com os quatro principais bancos credores, incluindo o Santander e o Banco do Brasil. De acordo com o comunicado, essas instituições concordaram em dar um prazo de dois anos para a empresa, durante o qual ela não precisará realizar pagamentos, permitindo que ela se concentre na recuperação financeira.

Essas ações fazem parte de uma estratégia que vem sendo implementada desde o início do ano, quando a Tok&Stok contratou a consultoria Alvarez & Marsal para reestruturar sua dívida, que estava avaliada em cerca de R$ 600 milhões.

Nos últimos meses, a varejista adotou várias medidas para melhorar a estrutura operacional do negócio, incluindo a redução do quadro de funcionários, a realização de promoções de vendas e o fechamento de 17 lojas deficitárias.

Atualmente, a Tok&Stok possui 51 lojas em todo o país e, de acordo com um comunicado à imprensa, todas estão apresentando resultados positivos. “A empresa já está gerando caixa positivo em 2023”, afirma o comunicado.

Os problemas enfrentados pela Tok&Stok estão principalmente relacionados à falta de uma estratégia consistente e eficaz para manter a empresa sustentável. Nos últimos seis anos, a varejista teve cinco presidentes diferentes, cada um com um estilo e uma abordagem distintos para a companhia.

Além disso, o crescimento da empresa, mesmo durante a pandemia, tem sido modesto. Em 2020, um ano marcado por uma demanda aquecida devido ao isolamento social, a empresa registrou um crescimento de apenas um dígito ao ano desde 2017.

Desde então, a empresa tem enfrentado dificuldades, com uma receita em torno de R$ 1,6 bilhão em 2022 e um Ebitda negativo, o que tem consumido seu caixa e gerado dívidas com bancos e fornecedores.

Em abril deste ano, uma consultoria chegou a solicitar a falência da empresa, alegando que a varejista tinha uma dívida de R$ 3,8 milhões decorrente de um projeto que foi suspenso.

Fonte: Exame