O valor foi captado em rodada de crowdfunding na plataforma BridgeHub e reuniu 92 investidores de todo o Brasil
A palavra “reforma” cria uma relação quase que imediata com “problema” quando associada ao mercado de construção civil. À mente, a ideia de altos custos e prejuízos. A startup Flug, criada em Brasília, procura mudar essa percepção a partir da tecnologia e acaba de receber um aporte de 1,7 milhão de reais.
O valor foi captado em rodada de crowdfunding na plataforma BridgeHub e reuniu 92 investidores de todo o Brasil. O aporte pré-seed projeta um valuation de R$ 12,25 milhões.
A empresa usa escaneamento a laser para diminuir em até 80% os custos com reformas residenciais, comerciais e industriais.
Como a startup foi criada
A Flug foi fundada por Pedro Pellegrino e Matheus Guedes logo após os dois terminarem a graduação na Universidade de Brasília, o primeiro formado em engenharia mecânica e o segundo em engenharia civil. Amigos de longa data, os dois têm como sócios os irmãos Miguel, Gabriel, Georges e Rafael Pantazis.
O negócio começou com R$ 100 mil, valor previsto para ser usado ao longo de 12 meses. O modelo não andava e quando o dinheiro já estava para acabar, decidiram pivotar a operação para trabalhar com escaneamento a laser.
Para investir neste tipo de equipamento, com custo médio de meio milhão, o caminho foi pegar empréstimos e até vender o carro, no caso de Pellegrino.
Uma aposta que tem se mostrado acertada. Na prática, o que os fundadores fizeram foi usar uma tecnologia usada em grandes obras e aproximá-la de outros ambientes menores, como residências, comércios e indústrias por um custo mais em conta.
Como estratégia para tornar o serviço mais acessível, a startup procurou aumentar o percentual de ocupação e deixar o equipamento sempre ativo. A depender do projeto, os valores podem ficar até 10 vezes mais barato, segundo Pellegrino.
Com o escaneamento a laser pode ser feito em período curto de tempo, o mapeamento diminui o retrabalho associado às medições manuais e agrega agilidade, ao reduzir o tempo de medição e permitir que o projeto possa avançar mais rapidamente e com dados mais precisos.
Entre os clientes, a startup tem os seus serviços usados por empresas como:
- Amazon
- Banco de Brasília
- Hotel Nacional
- Sebrae
- Rede D’Or
A Flug, palavra em alemão que significa voo, também esteve por trás da escaneamento do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, patrimônio cultural que sofreu com um incêndio de grandes proporções.
Ao longo dos três anos desde a fundação, a tecnologia já foi empregada em 13 estados brasileiros e mapeou mais de 1 milhão de metros quadrados.
O que a Flug fará com o investimento
A startup tem crescido em torno de 140% ao ano e encerrou o ano com faturamento de 900 mil reais. Enfrenta, no entanto, uma dificuldade de escalar por conta dos custos elevados dos aparelhos de escaneamento a laser.
“Hoje, a gente não consegue atender todo mundo que gostaria”, afirma Pellegrino, também CEO da Flug. Os novos recursos entram para resolver a equação e o aporte, segundo o executivo, vai acelerar para meses um desenvolvimento que poderia levar anos.
A startup está desenvolvendo um app, com uso de inteligência artificial, que pode ser empregado por qualquer pessoa para a mapeamento dos espaços. “A partir de vários sensores e em tempo real, o sistema mede e gera um modelo 3D que a usuário pode para usar em um ambiente de projetos ou mandar para o arquiteto”, diz.
Previsto para os próximos meses, o serviço ainda não tem modelo de negócios definido, o mais provável é um sistema com assinatura mensal.
Fonte: Exame