Esportes
Sábado, 18 de maio de 2024

Ramon é fruto de curso da CBF, mas busca por técnico efetivo começa fora

Ramon Menezes é o primeiro profissional a treinar a seleção brasileira -ainda que interinamente- tendo sua formação completa na CBF Academy, o curso da entidade para formação de treinadores.
Ramon tem licença B, A e a PRO, o nível mais alto delas. Ele foi escolhido interinamente como técnico no amistoso contra o Marrocos, em 25 de março, já que tem como função efetiva comandar a seleção sub-20.
A CBF, no entanto, não pensa em uma “prata da casa” para treinar o Brasil até a Copa do Mundo 2026. O favorito da entidade é o italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid.
Na licença PRO, Ramon fez parte da mesma turma que tinha Tite, Mano Menezes e Dunga –três dos últimos quatro técnicos da seleção. Mano chegou a ser companheiro de grupo do Ramon em um dos trabalhos táticos propostos.
Tite foi aluno da Pro em 2019 e já chegou ao último estágio do curso porque, na análise de currículo, somou pontos com títulos e experiência ao longo dos anos.
Ramon começou a partir da licença B, que é voltada para profissionais que querem trabalhar com a base. A partir daí, avançou de nível até se formar na PRO.
QUESTÃO DE MERCADO
A CBF intensificou a preocupação com a formação de treinadores depois da derrota por 7 a 1 sofrida pela seleção brasileira na Copa 2014, frente à Alemanha. A percepção é que a goleada ressaltou um atraso, personificado em Felipão, das ideias dos técnicos brasileiros.
Nos anos seguintes, vários profissionais estrangeiros passaram a ser contratados por clubes brasileiros. A vinda de Jorge Jesus para o Flamengo, campeão brasileiro e da Libertadores em 2019, reforçou essa onda, que dura até hoje.
A presença de instrutores estrangeiros nos módulos da CBF Academy tornou-se frequente. Quando Ramon fez a licença A, em 2016, teve aulas com o português José Guilherme, especialista em periodização tática, e com o alemão Lars Isecke, instrutor da Federação Alemã de Futebol. Atualmente, a CBF recorre a profissionais que já se formaram no curso para ministrarem palestras.
A CARREIRA DE RAMON COMO TÉCNICO
O primeiro trabalho de Ramon como técnico foi em 2015, na ASEEV, em Goiás. Entre 2015 e 2021, passou por Anápolis, Joinville, Guarani-MG, Tombense, CRB, Vasco e Vitória. Desde março de 2022, ele comanda a seleção sub-20.
O QUE DISSE RAMON QUANDO SE FORMOU
“Certificado que vai muito além do diploma. Assim como na época de jogador, coloquei nas aulas práticas e didáticas do curso, o mesmo esforço e concentração que me nortearam como atleta. A verdade é que as centenas de chutes pós treinos, estão agora traduzidos em horas e horas aplicadas em adquirir conhecimento, exercitando a cabeça, lendo jogadas, trocando passes sobre futebol com colegas que são craques nesse esporte que tanto nos dedicamos e vamos nos debruçar em busca de melhorar todos os dias.”
RAMONISMO PELO RAMONISMO
Ramon quer que suas equipes demonstrem características além dos conceitos táticos.
Nos anos seguintes, vários profissionais estrangeiros passaram a ser contratados por clubes brasileiros. A vinda de Jorge Jesus para o Flamengo, campeão brasileiro e da Libertadores em 2019, reforçou essa onda, que dura até hoje.
A presença de instrutores estrangeiros nos módulos da CBF Academy tornou-se frequente. Quando Ramon fez a licença A, em 2016, teve aulas com o português José Guilherme, especialista em periodização tática, e com o alemão Lars Isecke, instrutor da Federação Alemã de Futebol. Atualmente, a CBF recorre a profissionais que já se formaram no curso para ministrarem palestras.