Negócios
Domingo, 19 de maio de 2024

Alaska já tem 20% da Quero-Quero

Fatia da gestora vale hoje cerca de R$ 120 milhões

A gestora Alaska vem aumentando sua posição na Quero-Quero. A casa, que em meados do ano passado tinha chegado a 10% do capital varejista de materiais de construção, subiu para 15% em dezembro e acaba de chegar a 20%. A gestora já é, de longe, a maior acionista da empresa: a Wishbone Management, segundo maior, tem 14,9%.

A Alaska tem reduzido seu preço médio no papel com o aumento da posição. No ano, a ação da Quero-Quero cai 20% e, em 12 meses, já encolheu 64% – avaliada em R$ 600 milhões na B3.

O papel reflete um momento operacional que não é dos melhores, com prejuízo de R$ 22,3 milhões de janeiro a setembro de 2022, ante lucro de R$ 43 milhões no mesmo período de 2021. A receita teve alta modesta no período, de 5,3%, puxada principalmente por abertura de lojas – em mesmas lojas, a receita caiu.

A rede passou de 500 unidades no ano passado, em mais de 400 cidades, e vem apontando um cenário mais desafiador dado o ambiente macroeconômico (juros altos que inibem consumo) e concorrencial, com maior guerra de preços.

A varejista é conhecida pela longeva liderança. A Quero-Quero é presidida, desde 2009, por Peter Furukawa, oriundo da Advent, private equity que foi controlador da varejista e a levou à bolsa de valores. O conselho é comandado por Christiano Galló, sócio da Quartz Gestão de Recursos e filho de José Galló, chairman da Renner.

A Alaska diz que não tem intenção de alterar a estrutura administrativa da varejista. Os dois principais fundos de ações da gestora – o Institucional e o Black – acumulam alta de 6,71% e 1,15%, respectivamente, em 12 meses, com cerca de R$ 1,1 bilhão de patrimônio cada.

No Institucional, o desempenho foi puxado por ações de siderurgia e as posições principais seguem sendo ligadas a commodities. No Black, o fundo também carrega posição comprada na bolsa por meio de opções, em complemento às posições no mercado à vista. E segue vendido em dólar contra o real.

O multimercado Range, com patrimônio de R$ 130 milhões, rendeu 10,05% em 12 meses. O fundo ganhou com a aposta em câmbio, em janeiro, mas sentiu perdas em juros, compensadas pelo desempenho da bolsa e a estratégia long and short entre a carteira e o índice.

Fonte: Pipeline Valor