Negócios
Sexta-feira, 10 de maio de 2024

Disney cortará 7.000 empregos e CEO revela ampla reformulação dos negócios

O CEO da Walt Disney, Bob Iger, anunciou na quarta-feira uma ampla reestruturação corporativa que cortará 7.000 empregos como parte de um esforço para alcançar US$ 5,5 bilhões em economia de custos.

A companhia, que está sob pressão para lucrar com seu negócio global de streaming, disse que se reorganizaria em três segmentos: uma unidade de entretenimento que engloba filmes, televisão e streaming; uma unidade ESPN focada em esportes; e parques, experiências e produtos da Disney.

“Eu não tomo essa decisão levianamente”, disse Iger na teleconferência de quarta-feira com investidores, sobre os cortes.

Iger delineou o plano de corte de custos para os investidores durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre fiscal da empresa, na qual a Disney divulgou lucro por ação ajustado de 99 centavos, acima da estimativa média dos analistas de 78 centavos, segundo dados da Refinitiv.

O lucro líquido ficou em US$ 1,279 bilhão, abaixo das estimativas de analistas de US$ 1,429 bilhão. A receita atingiu US$ 23,512 bilhões, acima das estimativas de Wall Street de US$ 23,4 bilhões.

Iger disse que planeja cortar US$ 2,5 bilhões em vendas, despesas gerais administrativas e outros custos operacionais, um esforço que já está em andamento. Outros US$ 3 bilhões em economia viriam de reduções em conteúdo não esportivo, incluindo as demissões.

“Há muito a realizar, mas deixe-me ser claro, esta é minha prioridade número 1”, disse Iger, divulgando a importância do streaming e do retorno de valor aos acionistas. As ações da Disney, que fecharam a US$ 111, subiram mais de US$ 10 imediatamente após o anúncio.

A Disney é a mais recente empresa de mídia a anunciar cortes de empregos em resposta à desaceleração do crescimento de assinantes e ao aumento da concorrência por espectadores de streaming. A Warner Bros Discovery Inc e a Netflix Inc já haviam passado por demissões.

A Disney relatou anteriormente sua primeira queda trimestral nas assinaturas de sua unidade de mídia de streaming Disney+, que perdeu mais de US$ 1 bilhão. O investidor ativista Nelson Peltz está lutando para ingressar no conselho da Disney, argumentando que a empresa gastou demais em streaming e se atrapalhou com o planejamento da sucessão.

A última vez que a Disney fez cortes foi durante o auge da pandemia, quando anunciou em novembro de 2020 que demitiria 32.000 trabalhadores, principalmente em seus parques temáticos. Os cortes ocorreram no primeiro semestre do ano fiscal de 2021.

A reorganização marca um novo capítulo na liderança de Iger, cujo primeiro mandato como CEO começou em 2005. Ele fortaleceu a Disney com uma lista de poderosas marcas de entretenimento, adquirindo a Pixar Animation Studios, a Marvel Entertainment e a Lucasfilm. Uma década depois, Iger reposicionou a empresa para capitalizar a revolução do streaming, adquirindo os ativos de cinema e televisão da 21st Century Fox em 2019 e lançando o serviço de streaming Disney+ naquele outono.

Agora, Iger buscará colocar o negócio de streaming da Disney em um caminho de crescimento e lucratividade. A nova estrutura também cumpre a promessa de Iger de devolver a tomada de decisões aos líderes criativos da empresa, que determinarão quais filmes e séries serão feitos e como o conteúdo será distribuído e comercializado.

Isso marca a terceira reestruturação da Disney em cinco anos. Ela reorganizou seus negócios em 2018 para acelerar o crescimento de seus negócios de streaming e, novamente, em 2020, para estimular ainda mais o crescimento do streaming.

Fonte: Reuters