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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Fim da disputa entre Unilever e Ben & Jerry’s sobre vendas em assentamentos israelenses

“A disputa com o conselho de administração independente da Ben & Jerry’s foi resolvido”, disse em comunicado divulgado na tarde de quinta-feira, 15, sem mais detalhes

Gigante no setor agroalimentar e em produtos higiênicos, a Unilever anunciou que resolveu a disputa com sua afiliada Ben & Jerry’s sobre a venda de sorvetes nos assentamentos israelenses nos Territórios Palestinos.

“A disputa com o conselho de administração independente da Ben & Jerry’s foi resolvido”, disse em comunicado divulgado na tarde de quinta-feira, 15, sem mais detalhes.

Contatada pela AFP para mais informações, uma porta-voz da Unilever especificou nesta sexta-feira, 16, que “as modalidades do acordo são confidenciais”.

Em julho de 2021, o grupo americano de sorvetes anunciou que a venda dos produtos nas colônias israelenses da Cisjordânia e Jerusalém Oriental não eram “compatíveis” com seus “valores”.

A decisão foi comemorada pelos palestinos e considerada uma vitória da campanha internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) ao Estado israelense.

Apesar disso, o titular da licença da marca no país, Avi Zinger, continuou com a produção do sorvete na fábrica de Tel Aviv. Em direção contrária ao projeto da empresa, continuou com a distribuição nas colônias de Israel, onde vivem 700 mil pessoas na Cisjordânia ocupada e Jerusalém Oriental.

A Ben & Jerry’s tomou a atitude incomum de processar sua controladora, Unilever, para bloquear a cessão de interesses comerciais. No entanto, um juiz de Nova York rejeitou o processo no ano passado.

Contatada pela AFP nesta sexta-feira, a marca de sorvetes não respondeu imediatamente.

A Ben & Jerry’s, fundada em 1978, é uma empresa que afirma o seu compromisso a favor da proteção ecológica, dos direitos humanos e de denúncia por desigualdade.

Em 2000, ano que foi comprada pela Unilever, reservou expressamente o direito de preservar sua “integridade” com um conselho de administração independente.

Fonte: AFP