No Mundo
Sábado, 18 de maio de 2024

Nova lei pode deixar os sul-coreanos até dois anos mais jovens

Os sul-coreanos estão prestes a ficar um ou dois anos mais jovens, graças a uma nova lei aprovada na última semana que visa padronizar como a idade é calculada no país. Atualmente, é comum que os sul-coreanos tenham não apenas uma idade, mas três – uma “era internacional”, uma “era coreana” e uma “era do calendário”.

Mas, para acabar com a confusão, o parlamento do país decretou que, a partir de junho de 2023, todos os documentos oficiais devem usar o padrão “idade internacional”.

Essa medida, que segue um longo debate sobre o assunto, alinhará o país com a maior parte do resto do mundo e reduzirá as discrepâncias legais que surgem do uso de três sistemas diferentes.

Na Coreia do Sul, a “idade internacional” de uma pessoa refere-se ao número de anos desde que ela nasceu e começa em zero – o mesmo sistema usado na maioria dos outros países.

Mas quando questionados sobre sua idade em ambientes informais, a maioria dos sul-coreanos responderá com sua “idade coreana”, que pode ser um ou até dois anos mais velha que sua “idade internacional”.

Sob esse sistema, os bebês são considerados como tendo um ano de idade no dia em que nascem, com um ano adicionado a cada 1º de janeiro.

Em algumas circunstâncias, os sul-coreanos também usam sua “idade do calendário” – uma espécie de mistura entre a idade internacional e a coreana – que considera os bebês como zero anos no dia em que nascem e adiciona um ano à sua idade a cada 1º de janeiro.

Veja o cantor de “Gangnam Style”, Psy, por exemplo. Nascido em 31 de dezembro de 1977, ele é considerado 44 anos pela idade internacional; 45 anos por ano civil; e 46 pela idade coreana.

Se isso parece confuso, é porque a vida cotidiana no país frequentemente alterna entre a mistura de diferentes sistemas.

A maioria das pessoas usa a idade coreana, que tem suas raízes na China, na vida cotidiana e nos cenários sociais, enquanto a idade internacional é mais usada para questões legais e oficiais – por exemplo, ao lidar com leis civis.

No entanto, algumas leis – incluindo aquelas que cercam as idades legais para beber, fumar e recrutamento militar – usam a idade do ano civil.

A lei aprovada na quinta-feira padronizará o uso da idade internacional em todas as “áreas judiciais e administrativas”, de acordo com o site do parlamento e documentos relacionados ao projeto de lei.

“Os governos estaduais e locais devem incentivar os cidadãos a usar sua ‘idade internacional’ e realizar a promoção necessária para isso”, diz.

A decisão é resultado de anos de campanha de legisladores fartos dos múltiplos sistemas.

“A revisão visa reduzir custos socioeconômicos desnecessários porque as disputas legais e sociais, bem como a confusão persistem devido às diferentes formas de calcular a idade”, disse Yoo Sang-bum, do Partido do Poder Popular, ao parlamento, segundo a Reuters.

Outro projeto de lei apresentado pelo legislador Hwang Ju-hong em 2019 argumentou que, além de semear confusão, os três métodos também causavam conflito ao “promover uma cultura de hierarquia baseada na idade e evitar certos meses para o parto”.

Fonte: Reuters