
Revenda, consertos e doações. A Zara agora vai dar essas três opções para os clientes britânicos que comprarem suas peças, buscando um caminho de redução de impacto ambiental – uma cobrança dos compradores e também dos investidores, dada a alta pegada de carbono da cadeia industrial de vestuário.
O serviço, chamado Pre-Owned, será lançado no dia 3 de novembro e vai funcionar em todas as frentes de venda — lojas físicas, aplicativo e site. A cliente que quer desapegar de uma blusa ou vestido publicará fotos atuais do produto e a Zara se encarregará da descrição detalhada de cada um. A venda fica por conta dos vendedores da rede.
A companhia não tem a pretensão de que a venda de produtos de segunda mão seja lucrativa logo de início. “Nesta fase, esta plataforma é exclusivamente concebida como uma ferramenta para ajudar os clientes a prolongar a vida útil de suas roupas e adotar uma abordagem mais circular”, disse Paula Ampuero, chefe de sustentabilidade da Zara, ao The Guardian.
A operação do Reino Unido servirá como teste para a marca de origem espanhola, e pode ser implementada em outros países na sequência. A Zara, que pertence ao grupo Inditex, tem lojas em quase 100 países – daí a relevância de seu movimento rumo à moda circular.
As grandes varejistas têm se mexido. No Brasil, Lojas Renner e Arezzo já entraram no negócio de segunda mão, investindo em brechós e lojas voltadas para moda circular – a Renner comprou a Repasse e a Arezzo adquiriu o controle da Troc. No ano passado, a C&A fechou uma parceria local com o brechó online Enjoei e nativas digitais como a Gringa, que atua na revenda de peças de luxo, continuam em expansão.
A varejista Uniqlo também lançou recentemente o seu serviço de reparo em Londres, Berlim e Nova Iorque, com a proposta de aumentar a durabilidade dos produtos – fazendo jus à cultura japonesa anti-desperdício. A fast-fashion H&M também já anunciou sua entrada em resale.
O mercado global de roupas usadas é estimado em US$ 71,2 bilhões em 2022, de acordo com um relatório da Future Market Insights publicado em setembro. A consultoria projeta um crescimento da ordem de 15% ao ano na próxima década, conforme dados compilados pela Reuters.
Fonte: Valor Pipeline