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Segunda-feira, 17 de junho de 2024

Startup desenvolve jogos para ajudar empresas a trabalhar diversidade e inclusão

Em oito meses de operação, a Cubic Jogos Digitais, fundada por Lizi Quadros, faturou US$ 120 mil

Levar o tema de diversidade e inclusão para dentro das empresas não é uma tarefa simples. Mas, para a empreendedora Lizi Quadros, pode ser feito de uma forma mais leve. Foi com essa proposta que ela fundou a Cubic Jogos Digitais, startup que cria games para que as companhias discutam o tema com os colaboradores. Em oito meses de operação, a startup faturou US$ 120 mil.

Mesmo enquanto trabalhava como bancária, a fundadora conta que sempre teve o hobby de desenvolver jogos. Então, um professor do curso de eSports sugeriu que ela participasse do Game Jam da Campus Party.

Em novembro de 2021, Quadros ganhou a competição de criação de jogos com o Empathy, que contava com três personagens: um cego, um cadeirante e uma pessoa com deficiência auditiva. “Todos eles devem interagir entre si e cumprir suas tarefas individualmente”, explica a empreendedora. 

Depois do evento, grandes empresas entraram em contato com Quadros demonstrando interesse em comprar os jogos. “Então notei que existia um gap dentro da indústria e que não existiam muitos games voltados a essa temática de inclusão e diversidade”, afirma.

Então, já em janeiro de 2022, ela iniciou o Cubic Jogos Digitais. “Foi tudo muito rápido. Geralmente as empresas que iniciam precisam ficar indo atrás dos clientes, mas comigo foi o contrário. Isso foi muito bacana”, afirma. O interesse das organizações, diz Quadros, se deu bastante porque os jogos permitiam falar de uma forma mais leve sobre diversidade.

“Sabemos que deficiências, diversidade de raça e orientação sexual são assuntos pesados. E estamos falando de grandes empresas com muitos colaboradores, com muitos pensamentos diferentes. Mas, por meio de jogos, o processo se torna mais divertido e fácil de ser ensinado.”

Antes de oferecer o serviço, a startup pergunta para as empresas como está a postura em relação a esses assuntos e o que já foi feito internamente. “Isso é muito importante para quando eu for montar o roteiro do jogo, já que é possível adaptar algumas partes dependendo da necessidade”, afirma. Os jogos são entregues depois de cerca de 60 dias, e as empresas podem decidir como usá-los em treinamentos. 

Atualmente, a startup tem uma equipe diversa para avaliar todos os aspectos dentro dos projetos. “Hoje, eu já não tenho mais tempo para desenvolver os jogos, mas as pessoas no time fazem os roteiros e me mostram para validação”, afirma Quadros, que fica responsável pela conexão com outras empresas e pela busca por profissionais mais diversos. Entre os clientes da startup estão Yara Fertilizantes, MagaluGames e IndieHero.

A empresa agora desenvolve um projeto de levar realidade virtual para as salas de aula com um projeto sustentável. “Por meio de parceria com a Equipa Group, desenvolvemos um óculos de realidade virtual de baixo custo, utilizando itens descartados por grandes empresas do varejo, como chapa de MDF e fibras de buriti”, explica. “Os óculos reduzem a pegada de carbono das empresas ao mesmo tempo que permitem a maior inclusão de alunos de baixo poder aquisitivo.”

A previsão é que os jogos estejam presentes em escolas do Amazonas e Rio Grande do Sul em setembro deste ano.

Fonte: Revista PEGN