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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Uma startup de futebol society? Appito levanta R$ 27 milhões

Iporanga, Global Founders Capital e Inteligo Bank participam da rodada; Marcelo Claure e Paulo Passoni foram investidores anjos

Os franceses Rodolphe Timsit e Alexandre Delepau aterrissaram no país mais vitorioso na história do futebol mundial por obra e graça do mercado financeiro, trabalhando para bancos de investimentos como J.P. Morgan e BNP Paribas, mas a dupla quer ficar conhecida no Brasil por um outro feito.

Donos de um português com sotaque pouco perceptível para um desavisado, os dois querem mudar a relação dos brasileiros com o futebol amador por meio da tecnologia. À frente da Appito, uma startup que começou com uma arena de futebol society, a dupla acaba de anunciar uma rodada de captação.

Para um negócio aparentemente tradicional, o aporte chama atenção. Timsit e Delepau levantaram R$ 27 milhões para a Appito, atraindo investimento dos fundos Iporanga, Global Founders Capital (GFC) e Inteligo Bank.

Os dois primeiros fundos já haviam apostado no negócio nas fases pré-seed e seed, quando a startup captou R$ 12 milhões em rodadas que incluíram a participação de anjos como Paulo Passoni e Marcelo Claure, ambos ex-Softbank.

Desde a fundação, portanto, a Appito levantou R$ 39 milhões, mas a última rodada representa uma virada no jogo da startup. Dotada de dois campos de society, a primeira arena começou a ser construída no bairro paulistano da Vila Leopoldina em 2019, mas só ficou pronta pouco antes do estouro da pandemia…

Arena de futebol society da Appito na Vila Leopoldina  — Foto: Divulgação

Arena de futebol society da Appito na Vila Leopoldina — Foto: Divulgação

“Nossa primeira arena passou seis meses fechada, depois abriu por três meses e depois voltou a fechar por três”, conta Delepau. Definitivamente, a pandemia jogou no contrapé da Appito. Mas a reabertura da economia também trouxe o bom e velho futebol society de volta, lotando os horários na arena da startup e revigorando o ânimo dos fundadores.

Com mais de 90% dos horários preenchidos — cada grupo de jogadores paga R$ 1,5 mil mensais para jogar uma vez por semana por uma hora e meia, a Appito retomou os planos de expansão, que incluem investimentos em tecnologia e a criação de novas arenas.

Mas em tempos de vacas magras no campo das startups, a expansão será feita com mais cautela. Se inicialmente a startup planejava construir cinco ou seis novas arenas, a ideia agora é construir apenas duas. “Nosso foco é o payback”, diz Delepau. A expectativa do fundador que é o investimento se pague em até dois anos.

No futebol society da Appito, a ideia é unir o alto serviço da experiência offline — o que inclui o fornecimento de material esportivo (coletes, bola e chuteira) da Adidas e uma parceria com a Ambev para a venda de bebidas no espaço — com um aplicativo que ajuda os clientes a terem uma experiência gamificada, que oferece a possiblidade de marcar jogos e fazer rankings dos jogadores.

A startup também quer colocar o scout a serviço do futebol amador, uma outra forma de usar a tecnologia para atrair os fãs de futebol. Com câmeras que usam visão de computador, a Appito quer fazer análise de dados dos jogadores, incluindo estatísticas de chutes a gol, assistências e distância percorrida, entre outros.

A bola está com os franceses.

Fonte: Pipeline Valor