Negócios
Domingo, 19 de maio de 2024

Na Stone, cofundador abre mão do controle. O que isso significa

Saída de Eduardo Pontes transforma adquirente em uma corporation em meio à reestruturação

A Stone anunciou hoje um pedido ao Banco Central que, quando finalizado, tornará a adquirente uma corporation. O cofundador Eduardo Pontes quer transferir as ações classe B, com superpoder de voto, para classe A. Com isso, a Stone deixará de ter um grupo de acionistas com mais de 50% do capital votante. André Steet seguirá como acionista de referência e charmain, mas sem o controle formal.

Na prática, um negócio que precisa se reestruturar agora não tem mais um dono, o que desagradou parte dos investidores — as ações fecharam em queda de 3,2%. A mudança nem é tanto pela presença de Pontes, que já tinha deixado a administração da companhia, mas a dúvida sobre o que faz um controlador abrir mão do controle de graça — o que normalmente é motivo de prêmio no preço de uma ação.

A mensagem do CEO Thiago Piau é que nada muda no dia-a-dia da companhia. Fã declarado da Stone — a ponto de demorar a reconhecer o tamanho dos problemas da adquirente —, o analista Eduardo Rosman, do BTG Pactual, avaliou em relatório que, ao deixar de ter um controlador, a Stone reduz a confiança dos analistas, um ativo relevante para uma companhia que precisa se recompor.

Rosman lembra que as mudanças no controle da Stone também podem ser negativa para o engajamento dos sócios. “No fim das contas, Stone tem um grande grupo de sócios que estão lá não apenas porque acreditam na recuperação de Stone, mas também porque querem fazer parte do ‘círculo de capitães’, formado por jovens bilionários cheios de espírito empreendedor.

Fonte: Valor Pipeline