Economia
Segunda-feira, 20 de maio de 2024

A aposta da Mobocity, do ex-chefe da Aliexpress, no live commerce

Companhia acredita que taxa de conversão mais elevada de vídeos ao vivo vai continuar atraindo marcas

Vender um foguete de US$ 5,6 milhões pela internet, atrair compradores para 288 apartamentos em sete minutos ou comercializar 3 mil celulares Xiaomi em menos de uma hora são alguns dos feitos do live streaming, as vendas ao vivo na internet feitas por influenciadores, vendedores profissionais ou amadores. O modelo, que não existia há cinco anos, já responde por 20% da receita de ecommerce da China – e explica porque Yan Di decidiu deixar o comando da gigante Aliexpress no Brasil para se dedicar a esse mercado.

“A influencer número um da China vende US$ 3 bilhões em um ano. É o mesmo que um trimestre de receita de todo o Mercado Livre”, compara Yan Di, referindo-se à Vyia, rainha das lives de vendas nas redes Taobao e Weibo. “O live commerce está só começando no Brasil e nos mercados europeu e americano.”

Para criar a Mobocity, uma plataforma especializada em live commerce, Di se uniu a Zhang Zhen, fundador da Influu. A agência de marketing de influência passa a ser a base do novo negócio, já viabilizando a operação também em mercados internacionais

Nos últimos cinco anos, a Influu veio dobrando de faturamento e deve chegar a US$ 15 milhões este ano. Passou de 15 para 100 funcionários, alocados em diferentes países, e conseguiu o feito de já ser uma das principais parceiras de live commerce do TikTok e do Kwai.

“No ano passado, o TikTok superou o Google como maior tráfego de internet no mundo e live commerce já é o maior tipo de conteúdo que gira nessa rede social na China”, diz o CEO. Apesar da predominância do TikTok, a aposta do empreendedor é que esse mercado tende a ficar mais fragmentado. Por isso uma das apostas da Mobocity é a hub live, tecnologia que permite sessões múltiplas, com engajamento, em tempo real para diferentes redes sociais. “A marca quer estar onipresente”, diz.

Segundo a Mobocity, a taxa média de conversão de vendas com texto e foto na China é de 0,5% a cada 100 pessoas, subindo para 1,5% com os vídeos curtos prontos e para 4,3% com as lives. “Isso ajuda na receita de quem vende também. Ser influenciador era uma coisa chique no Brasil, mas hoje não rende nem um salário mínimo e a explicação é a monetização no modelo de conteúdo patrocinado”, avalia.

Os sócios argumentam que não se trata de uma modinha de pandemia, que deve perder força, uma vez que as novas gerações passam muito mais tempo em apps de vídeo do que texto e imagem – configurando um novo padrão de consumo.

A companhia é tocada com capital próprio mas quer fazer uma rodada com investidores institucionais ainda neste ano. O Ebitda é positivo, garante o sócio, mas para ganha visibilidade e contratar talentos pode precisar de novo fôlego financeiro.

Fonte: Pipeline Valor