Internacional
Quinta-feira, 16 de maio de 2024

Premiê de Israel se reúne com comunidade judaica no Bahrein

O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, reuniu-se nesta terça-feira (15) com representantes da pequena comunidade judaica do Bahrein, antes de um encontro com os dirigentes desta monarquia do Golfo.

Bennett desembarcou na segunda-feira à noite para esta que é a primeira visita de um chefe de governo do Estado hebreu ao país.

Nesta terça, o premiê se reúne com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro, Salman bin Hamad Al-Khalifa, e depois com o rei Hamad bin Issa Al-Khalifa.

“Venho de Israel (…) portador de uma calorosa amizade entre nossos dois povos, e tenho certeza de que vocês podem ser uma notável ponte entre Bahrein e Israel”, disse Bennett a representantes da comunidade judaica barenita.

Aliados de Washington, Bahrein e Emirados Árabes Unidos foram as primeiras monarquias árabes do Golfo a normalizar suas relações com Israel, em setembro de 2020, por meio dos chamados Acordos de Abraão. Estas aproximações reforçam a integração do Estado hebreu em uma região onde o Irã é percebido como uma ameaça.

Reforçar a normalização

“Espero ansioso por este dia maravilhoso (terça-feira), para reforçar os Acordos de Abraham”, acrescentou Bennett, segundo um comunicado divulgado por sua assessoria.

Os judeus do Bahrein desfrutam de uma posição política e econômica relativamente privilegiada. Já os rituais religiosos devem ser praticados em casa, desde a destruição da sinagoga de Manama, no início do conflito árabe-israelense, em 1947.

Em agosto de 2021, pela primeira vez em 74 anos, uma oração pública do Sabat, dia de descanso semanal para os judeus, foi celebrada nesta sinagoga, reconstruída.

“Os acordos (de normalização) mudaram tudo”, comemorou o chefe da comunidade judaica local, Ibrahim Nonoo, em entrevista à AFP à época.

A recente normalização das relações entre Israel e os países árabes tem sido criticada pelos palestinos. Para eles, essa reaproximação com Israel não pode acontecer sem, antes, um acordo de paz entre israelenses e palestinos.

Essa normalização, que se estende do Sudão ao Marrocos, foi realizada sob o governo de Benjamin Netanyahu, que não visitou oficialmente nem o Bahrein, nem os Emirados. Já Bennet, no poder desde junho, visitou os Emirados em dezembro passado.

“É importante, em especial nestes tempos tumultuados, que enviemos, desta região, uma mensagem de boa vontade, de cooperação, de unidade diante dos desafios comuns”, declarou o primeiro-ministro na segunda-feira, sem mencionar o Irã, o grande inimigo de Israel.

Inimigo comum

Teerã também continua sendo o maior inimigo do Bahrein, que acusa as autoridades iranianas de fomentarem as manifestações contra o governo. Em 2011, este pequeno reino, hoje habitado por 1,5 milhão de pessoas, foi palco de uma revolta popular liderada, essencialmente, pela comunidade xiita.

Na esteira da chamada Primavera Árabe, os manifestantes foram às ruas exigir reformas democráticas. Com o apoio da vizinha Arábia Saudita, as autoridades locais responderam às reivindicações com uma repressão sangrenta, e dezenas de opositores políticos foram presos.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, a cibervigilância aumentou cada vez mais nos últimos anos. Recentemente, o Citizen Lab da Universidade de Toronto, no Canadá, indicou que o polêmico programa Pegasus, da empresa israelense NSO, havia invadido os celulares de um grupo de ativistas no reino entre junho de 2020 e fevereiro de 2021.

Fonte: Reuters