Os investimentos diretos de estrangeiros no Brasil somaram US$ 2,5 bilhões (R$ 14 bi) em outubro, queda de 44% em relação ao mês anterior. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (25).
O volume ficou abaixo da expectativa do BC para o mês, de US$ 4 bilhões (R$ 22,4 bi).
Em 12 meses até outubro de 2021 foi registrada entrada líquida de US$ 49,2 bilhões (R$ 275,6 bi) em investimentos diretos.
No período, US$ 3 bilhões (R$ 16,8 bi) foram aportados no país por meio de participação no capital, quando a matriz estrangeira injeta recursos em troca de uma fatia da empresa brasileira. Na modalidade, a remuneração para a companhia investidora é feita a partir da distribuição de lucros.
Já os empréstimos intercompanhia, quando a matriz concede crédito à empresa brasileira, registraram saída líquida de US$ 547 milhões (R$ 3 bi). Nesse caso, o retorno da empresa estrangeira é feito com pagamento de parcelas fixas em um prazo determinado, com juros.
Os investimentos diretos no país são feitos por empresas que estabelecem um relacionamento de médio e longo prazo com o país e são menos voláteis por envolver decisões mais duradouras.
Para novembro, o BC projeta ingresso de US$ 3,9 bilhões (R$ 21,8 bi) na modalidade. De acordo com dados parciais do mês, até a última segunda-feira (22), os investimentos desse tipo totalizaram US$ 2,7 bilhões (R$ 15,1 bi).
O ingresso dessas aplicações no país foi impactado pela pandemia. Com a crise, esses investimentos despencaram em 2020. Em comparação ao ano anterior, o volume de aplicações caiu pela metade. Ao todo, foram aportados US$ 34,1 bilhões(R$ 191 bi) no país no período, contra US$ 69,1 bilhões (R$ 387,1 bi) no ano anterior. O número foi o menor desde 2009, quando foram investidos US$ 31,4 bilhões (R$ 175,9 bi).
A tendência é de recuperação em 2021, mas a modalidade ainda deve ficar abaixo do nível observado antes da crise sanitária.
Já o fluxo de investimento estrangeiro no mercado de ações, fundos de investimento e títulos públicos brasileiros foi positivo em outubro, com entrada líquida de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,4 bi), após resultado negativo em setembro.
Na modalidade, foram aplicados US$ 802 milhões (R$ 4,4 bi) em títulos públicos e US$ 655 milhões (R$ 3,6 bi) em ações e fundos de investimento. No período de 12 meses, o resultado foi positivo em US$ 38 bilhões (R$ 212,8 bi).
Esse tipo de investimento normalmente apresenta queda em meses mais turbulentos porque é muito sensível a crises momentâneas e ruídos.
De acordo com o BC, em outubro as contas externas tiveram déficit de US$ 4,5 bilhões (R$ 25,2 bi) . Nos 12 meses, o resultado foi negativo em US$ 26,7 bilhões (R$ 149,5 bi) .
A projeção do BC para novembro é de déficit de US$ 7,8 bilhões (R$ 43,6 bi) em transações correntes.
A balança comercial teve resultado positivo de US$ 1,3 bilhão (R$ 7,2 bi) no mês. As exportações ficaram em US$ 22,8 bilhões (R$ 127,7 bi) , aumento de 27,8% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações somaram US$ 21,5 bilhões (R$ 120,4 bi) , alta 52% na mesma base de comparação.
Fonte: FolhaPress/Larissa Garcia