MARIANA ARRUDAS
Disposta a mostrar sua vulnerabilidade e inseguranças, Léa Cristina Araújo da Fonseca, ou simplesmente Lexa, como é conhecida, ganha um documentário original Globoplay, chamado “Lexa: Mostra Esse Poder”. O filme retrata a trajetória da artista de 26 anos, desde o início de sua vida, crescendo na comunidade, até o sucesso que conquistou.
“Os fãs sabem que eu sou casada com o Guimê, 28, e me conhecem pelo meu trabalho”, diz ela afirmando que agora todos poderão ver “as dificuldades que eu não mostrei, engoli”. O documentário, que tem produção executiva de Konrad Dantas e Ferrattry Produções, será dividido em cinco episódios e estreia nesta quinta-feira (24).
Segundo a cantora, a série visitará todas as fases de sua vida, desde sua casa pequena e humilde e seu emprego em uma padaria do bairro até o momento em que decidiu deixar a faculdade de matemática, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, para se dedicar à carreira musical, além da explosão de seu sucesso.
“De uma forma muito clara as pessoas vão poder acompanhar todos os processos. Não foi fácil mesmo”, diz a cantora. Ela comenta que, ao longo dos episódios, o público verá seu lado inseguro, e serão exibidas desde crises de ansiedade até seu esforço nas aulas de inglês, e todo o trabalho duro que teve até conseguir o seu “lugar ao sol”.
Lexa ressalta que não aborda apenas sua evolução como artista, mas também como cantora no funk. “É uma caminhada muito dolorosa”, diz ela, que afirma que apesar de o cenário musical ter melhorado, ainda é machista e menospreza o funk.
Para falar sobre a trajetória do ritmo, ela diz que convidou mulheres que sempre foram inspiração para ela, como Anitta, 28, Tati Quebra Barraco, 41, e MC Cacau, 43. “Sempre demos muito duro e sempre ouvimos coisas muito machistas na cara, de uma forma muito grossa”, ressalta.
Ela comenta que cresceu junto ao funk, praticamente. “Minha mãe ama funk e meu pai é um daqueles caras que faz passinhos”, relembra. Para ela, sua carreira e sucesso significam que o ritmo também pode crescer e ganhar mais espaços. “Quero que o funk voe!”.
Lexa ganhou reconhecimento com sucessos como “Só Depois do Carnaval” (2019), “Sapequinha” (2019), “Chama Ela” (2020) em parceria com Pedro Sampaio, 24, e “Combatchy” (2019) música de Anitta, 28, que contou com a participação, além de Lexa, de Luísa Sonza, 22, e MC Rebecca, 23.
Acompanhando os episódios sobre sua vida e carreira ela também lança o single “Prazer, Eu Sou a Lexa”. A música chega aos streamings nesta sexta-feira (25). A cantora afirmou, em conversa com a imprensa, que o trabalho foi feito para dar sua cara ao documentário.
A música, assim como o projeto, fala sobre ela e suas origens. “Muita gente não conhece exatamente como eu sou”, completa ela, que diz que, mesmo se pudesse, não mudaria nada em sua trajetória e que, revendo o documentário, percebeu ser educada, resiliente e esforçada.
“Sempre soube que era difícil, mas sabia também que não era impossível”, comenta ela que afirma sempre ter sido pé no chão e realista em suas escolhas, apesar de gostar de sonhar. “Quando vivemos muito com a dor não damos conta das nossas qualidades e dos nossos defeitos.”
Ela afirma que o apoio de sua mãe e equipe foram fundamentais para ela chegar onde está, “e terapia também”, completa. Daqui para frente, Lexa diz que será muito mais madura e com uma visão empreendedora. Recentemente, a cantora se formou em marketing pela Universidade Anhembi Morumbi.
Em outubro deste ano, o documentário será exibido no Multishow. Para a artista, o trabalho reafirma seu sentimento de vitória. “Todas as coisas que eu ouvi no caminho, críticas e desdém de outras pessoas, eu consegui digerir, aprender, engrossar o casco e continuar”, completa.
Lexa ressalta que apesar de parecer forte e segura de si, tem muitos momentos difíceis, mesmo com o sucesso. O intuito do documentário foi humanizar sua carreira e mostrar que sua trajetória não foi fácil, nem rápida. “Quis mostrar bem a real mesmo”, afirma.
Fonte: FolhaPress