Internacional
Quarta-feira, 15 de maio de 2024

Em escalada de violência, Netanyahu promete aumentar ataques contra Faixa de Gaza

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu anunciou nesta terça-feira (11) que Israel vai intensificar a força e a frequência dos ataques contra a região da Faixa de Gaza, após o segundo dia de disparos de foguetes que deixaram ao menos 28 pessoas mortas – duas em Israel e 26 em Gaza.
A escalada de hostilidades entre Israel e o Hamas -considerado uma facção terrorista por Israel, EUA e União Europeia- foi desencadeada por confrontos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, nesta segunda-feira (10).
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 26 palestinos morreram, incluindo nove crianças, e 122 ficaram feridos em decorrência do revide israelense depois que o Hamas atacou Jerusalém pela primeira vez desde 2014.
Em Israel, as autoridades confirmaram que duas mulheres morreram em ataques com foguetes na cidade de Ashkelon, no sul do país. A polícia disse ainda que mais de 30 pessoas ficaram feridas, embora os militares tenham afirmado que suas defesas aéreas estavam interceptando cerca de 90% dos disparos vindos de Gaza.
Na cidade de Beit Hanooun, no norte da Faixa de Gaza, Abdel-Hamid Hamad disse à agência de notícias Reuters que seu sobrinho Hussein, 11, foi morto na segunda-feira no que os moradores disseram ter sido um ataque aéreo israelense. O menino estava recolhendo lenha quando foi atingido.
“Gaza está farta e nada faz diferença agora. Nossos filhos estão sendo mortos. O que devemos fazer?” disse Hamad.
Militantes da Jihad Islâmica, um grupo radical também considerado terrorista por Israel, disseram que três de seus membros morreram depois de serem atingidos por um míssil israelense em um prédio residencial em Gaza.
O Hamas informou que, em um dos ataques contra as cidades de Ashkelon e Ashdod, disparou 137 mísseis em cinco minutos. Segundo autoridades de Israel, uma escola foi atingida em Ashkelon, mas não houve vítimas porque as aulas haviam sido canceladas e o prédio estava vazio.
Em depoimento a uma emissora israelense, uma mulher da mesma cidade, que fica ao sul de Tel Aviv, disse que seu apartamento foi atingido por um foguete disparado pelo Hamas. Um ar-condicionado teria caído sobre ela e seu filho, e uma porta sobre o marido.
Israel contesta os relatos das autoridades de Gaza sobre as vítimas, assumindo a responsabilidade apenas pelas mortes de 15 combatentes do Hamas. As demais mortes, segundo as forças israelenses, teriam sido causadas por falhas nos disparos em cerca de um terço das centenas de foguetes lançados pelos militantes islâmicos.
Jerusalém, reverenciada por judeus, palestinos, cristãos e muçulmanos, tem vivido em estado de tensão desde o início do ramadã, mês sagrado para o islamismo. No centro dos conflitos, estão a liberdade de culto em alguns pontos da Cidade Antiga -que os palestinos dizem estar sendo tolhida- e uma decisão judicial que prevê o despejo de famílias palestinas de uma área disputada em Jerusalém.

Fonte: FolhaPress