VITOR MORENO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Pensei que você nunca fosse perguntar!” A frase é do ator americano Luke Grimes, 37, quando questionado sobre o casamento com a modelo brasileira Bianca Rodrigues, em meio a uma entrevista para a Folha de S.Paulo sobre “Yellowstone”. A terceira temporada da série, que ele estrela ao lado de nomes como Kevin Costner, Wes Bentley e Kelly Reilly, chega ao país nesta quinta-feira (4) junto com a Paramount+, serviço de streaming de um dos principais estúdios de Hollywood.
Ao saber que estava dando entrevista para um veículo brasileiro, quis logo saber de qual cidade o repórter da Folha de S.Paulo estava falando -de São Paulo, no caso. “Minha esposa é de Goiás”, compartilhou orgulhoso. Apesar do vínculo com o país, ele ainda não pisou em terras nacionais.
“Ainda não tive oportunidade, porque nos casamos recentemente”, lamenta. “Logo depois vieram todas as coisas desagradáveis da Covid-19, então não pudemos viajar, mas estou louco para ir logo e conhecer tudo, além da família dela. Eu falo muito com eles pelo FaceTime. Tem a barreira do idioma, mas nós damos um jeito.”
Aliás, não é só na vida real que ele tem que lidar com uma esposa de cultura diferente da dele. Na série, seu personagem, Kayce, é casado com Monica (Kelsey Asbille), uma nativo-americana. Na primeira temporada, inclusive, o filho de fazendeiros se muda para a reserva indígena onde ela dava aulas.
“Talvez seja um desses casos de a arte imitando a vida -ou o contrário”, ri. “Eu só me casei em 2019, as duas primeiras temporadas foram gravadas antes disso. É engraçado que quanto mais tempo eu passo interpretando esse personagem, mais eu acho que nos misturamos. Contudo, estou tranquilo com relação a isso, eu não tenho problema de incorporar algumas das melhores partes do Kayce.”
Na segunda temporada, o filho mais novo de John Dutton (Kevin Costner) voltou para o rancho centenário da família, onde teve dificuldades para se readaptar. Nos novos episódios, ele continua por lá, mas já começa a ficar mais à vontade.
“Ele foi para lá meio que contra a própria vontade, era algo que não estava realmente nas mãos dele”, explica. “Na terceira temporada, ele já está mais resignado. Está fazendo o seu melhor para viver e se encaixar melhor por lá.”
Já a relação com o pai, transcorrido algum tempo, está um pouco menos atribulada. “Ele não está mais tão relutante em tentar fazer parte da família”, avalia. “Acho que ele está realmente dando o melhor para continuar sob a proteção do pai, mas do jeito dele. Ele está tentando descobrir se aquela vida é realmente para ele e se consegue se encaixar.”
Sobre Kevin Costner, que vive o patriarca durão, ele é só elogios. “Ele é uma grande estrela, já fez tudo o que você pode fazer em uma carreira no cinema, então poder trabalhar com ele é obviamente uma honra”, afirma. “É sempre um grande momento para a minha carreira estar com ele no set. Eu só tento absorver tudo o que posso da sabedoria e dos conhecimentos dele sobre o meu ofício.”
Com relação ao trabalho, Kacey acaba aceitando a oferta para virar fiscal responsável pela segurança do gado local. “Eu não tinha ideia do que um fiscal fazia, então tive que pesquisar”, admite. “Porém, depois percebi que Kacey também não fazia tanta ideia.”
“Você o vê dizendo que vai tentar fazer as coisas do jeito dele”, explica. “Ele entra nesse novo trabalho de forma muito orgânica e tentando descobrir como pode fazer a diferença. Como vocês verão, ele faz tudo de um jeito muito diferente do que qualquer um antes dele.”
E será que o personagem vai se meter em confusão por causa da nova atividade? “O Kacey tem dificuldade em se manter longe de problemas”, adianta. “Acho que uma frase que define o Kacey é que ele pode se meter em problemas até na igreja, então definitivamente ele pode passar por alguns apuros na Comissão de Pecuária.”
O ator revela que não era muito familiarizado com a atmosfera na qual a série está inserida. “Eu assisti a um monte de filmes de faroeste com o John Wayne quando estava crescendo e só”, conta. “Eu aprendi muito apenas fazendo esse trabalho. Eu nem sabia que a cultura dos cowboys e rancheiros ainda era tão viva. É um estilo de vida muito bonito.”
Ele acredita que, independente de ter essa vivência, o público se identifica com as situações. “A escrita dos personagens é tão boa e os personagens são tão humanos que acho que elas encontram coisas para gostar e se relacionar com a série”, diz. “Acho que todos, independente de conhecerem essa cultura ou não, podem dar uma chance.”
Inclusive no Brasil. “Sei que ainda tem uma cultura forte de rodeios, alguns dos melhores montadores de touros do mundo são brasileiros”, lembra. “Mas não importa qual o seu estilo de vida ou de onde você veio, essa série pode fazer algum sentido. O que ela realmente trata é de dinâmica familiar e ganância.”
O final da terceira temporada (sem spoilers!) é um tanto marcante. “Foi bem intenso, essa é a palavra que eu tenho usado para descrever as cenas finais”, adianta. “Acho que os fãs ficarão realmente chocados e surpresos, é um soco no estômago.”
O episódio deixa gancho para uma quarta temporada, que já foi confirmada. Porém, Luke Grimes ainda não pode antecipar nada sobre a nova leva de episódios para os fãs. “Eu não estou autorizado a falar”, lamenta.
Cultura
Segunda-feira, 6 de maio de 2024
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