Cultura
Quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Francisco Brennand passa a ter suas obras representadas por galeria paulistana

MARINA LOURENÇO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O espólio do artista pernambucano Francisco Brennand, morto aos 92 anos, em dezembro de 2019, será representado pela galeria de arte paulistana Bergamin & Gomide. A informação foi antecipada à Folha de S.Paulo pela casa, nesta terça-feira (23).
A decisão foi do Instituto Oficina Cerâmica Francisco Brennand, responsável pelo legado do artista, que vem passando por uma reorganização interna. Presidido pela sobrinha-neta do pernambucano, Mariana Brennand, ele elegeu recentemente para a sua direção artística Júlia Rebouças, curadora do último Panorama, a mostra bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM.
Segundo Antonia Bergamin, sócia da Bergamin & Gomide ao lado de Thiago Gomide, o instituto a princípio selecionou cerca de 20 obras do patrimônio de Brennand para serem vendidas -a lista deve crescer de acordo com as necessidades do espaço. São trabalhos que começam nos cerca de US$ 5.000 e vão até os US$ 200 mil.
A ideia, acrescenta Bergamin, é que essas vendas iniciem o endowment do instituto, como são chamados os fundos que buscam manter a sustentabilidade financeira de organizações de interesse público a longo prazo. Outras iniciativas culturais que fazem uso do mecanismo são a Osesp, o Masp e o Instituto Moreira Salles.
Brennand é considerado um dos maiores nomes das artes plásticas do Brasil. Seu antigo ateliê, uma olaria monumental, se tornou um ponto turístico importante do Recife. As esculturas de cerâmica que povoam o local eram a parte mais robusta e mais conhecida da produção do artista, muitas vezes representando totens, armaduras, vermes que saem de dentro da terra, seres zoomórficos, soldados.
Com a oficialização do espólio, Bergamin conta que os projetos para fomentar as obras do artista já estão sendo planejados. “Em novembro, faremos uma bela exposição das obras”, diz.
Além disso, um dos grandes objetivos da galeria ao representar o artista é expandir sua presença internacional. “A produção dele dialoga muito com o que mundo está olhando, a questão do artesanal e das práticas em mídias alternativas, então acho que teremos sucesso”, afirma a galerista.