O tribunal comercial de Orleans (centro) autorizou na quinta-feira a oferta apresentada pelo grupo francês de talheres e utensílios de cozinha International Cookware.
A notícia encerrou meses de angústia, uma vez que a Duralex enfrentava uma liquidação judicial desde setembro de 2020.
Duralex é conhecida em todo o mundo: das escolas francesas aos objetos de design do MoMA de Nova York, ao copo usado por James Bond para um uísque em “Skyfall”.
Nas cantinas das escolas na França, as crianças sempre brincaram de adivinhar sua idade com base no copo Duralex. Na parte de baixo do modelo Gigogne da marca, um dos mais comercializados, transparente e com linha horizontal no meio, há sempre gravado um número de 1 a 48 dependendo do molde utilizado para confeccioná-lo.
No entanto, esta fama mundial não conseguiu atrair mais empresas interessadas em salvá-la da falência e apenas três apresentaram ofertas, das quais duas não prosperaram.
A International Cookware, outra importante especialista em vidro temperado da França, apresentou uma proposta no valor de 3,55 milhões de euros (US$ 4,2 milhões), acompanhada por um ambicioso plano industrial e de negócios.
Segundo o presidente do grupo, José Luis Llacuna, o desejo é dar novamente à Duralex, símbolo do Made in France, um lugar nos mercados mundiais.
A famosa vidraria, criada em 1945, emprega 248 pessoas atualmente. Os seus pratos ultrarresistentes fazem parte do patrimônio nacional e é difícil encontrar um francês que não tenha bebido um refrigerante ou um café nos seus famosos copos cor de âmbar.
Mas nos últimos 15 anos os problemas financeiros aumentaram devido a uma política comercial desatualizada e ferramentas industriais obsoletas.
Em 2005, a empresa declarou falência e ficou sob controle de um empresário turco cuja gestão fez com que a empresa chegasse à beira do desaparecimento. Foi salva in extremis em 2008 pelos atuais proprietários, os irmãos Antoine e André Ioannidès.
A partir de 2017, surgiram novas dificuldades financeiras e um acidente industrial causou uma redução da produção da qual a empresa ainda não conseguiu se recuperar.
As contas pioraram no ano passado, com a pandemia e o desaparecimento de alguns mercados no exterior que representam 80% do seu faturamento. Quando a empresa entrou em fase de liquidação judicial, acumulava dívidas de 32 milhões de euros (38 milhões de dólares).
Agora, seus novos compradores querem investir mais de 17 milhões de euros (US$ 20 milhões) até 2024.
Seu objetivo é “vender mais” ativando seus representantes de vendas e distribuidores ao redor do mundo, e também “vendendo melhor” os vidros indestrutíveis, graças a uma nova estratégia de comunicação e comércio online.
Fonte: Istoé Dinheiro