ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) – Viajantes que chegarem à Inglaterra do Brasil e “não puderem ter sua entrada recusada” deverão fazer quarentena em locais específicos, com vigilância, pelo período de dez dias, afirmou nesta quarta (27) o premiê britânico, Boris Johnson.
O isolamento será obrigatório mesmo para quem tiver um teste com resultado negativo para o Sars-Cov-2. A medida não é válida para as outras nações que formam o Reino Unido (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), que têm regras próprias.
A medida faz parte de um pacote de novas restrições de entrada, publicado nesta quarta, e se aplica também a quem vem de outros 21 locais onde há circulação de variantes do coronavírus mais contagiosas. No comunicado, a Secretaria do Interior afirma que o país “continuará a recusar a entrada de não residentes no Reino Unido” que venham das zonas vermelhas.
Os residentes e viajantes essenciais que chegarem desses países serão transportados dos aeroportos e portos para as instalações e, em princípio, deverão arcar com os custos de estadia -detalhes ainda serão fornecidos pelo governo, segundo a Secretaria do Interior.
O objetivo é conter a transmissão do coronavírus. No começo da noite, o premiê afirmou que um relaxamento das restrições só virá a partir de meados de fevereiro, quando for possível constatar se as vacinas contra Covid-19 estão reduzindo as hospitalizações e mortes no país. Escolas, de acordo com ele, não reabrirão antes de 8 de março.
As outras três nações britânicas (Escócia, Gales e Irlanda do Norte) ainda não haviam instituído a quarentena vigiada até a noite desta quarta. De acordo com os governos nacionais, é obrigatório isolamento por dez dias, mas no endereço declarado em formulário preenchido pelo viajante.
O Reino Unido é o país ocidental mais avançado na vacinação, com mais de 11 doses aplicadas para cada 100 habitantes (em segundo lugar estão os EUA, com 7/100). Boris afirmou que, mantido esse ritmo, até 15 de fevereiro terá sido completada a imunização dos quatro principais grupos de risco (moradores e funcionários de asilo e profissionais de saúde mais expostos a risco).
Boris já havia anunciado a proibição de voos vindos do Brasil e de toda a América do Sul e de outros países, como a África do Sul. A Inglaterra também proibiu viagens não essenciais ao exterior quando instituiu seu terceiro confinamento, no começo deste ano.
O governo chegou a planejar que todo passageiro, independentemente da origem, ficasse isolado sob vigilância, mas houve preocupação com a falta de vagas. Para os viajantes que chegam de outros destinos, é obrigatório fornecer detalhes de contato e o endereço de onde farão o isolamento, que, segundo o governo, também será fiscalizado. A medida vale para todos, inclusive os que vêm dos antigos corredores de viagem.
Além disso, todo passageiro com mais de 11 anos que chega à Inglaterra tem que ter obtido um teste negativo para Sars-Cov-2 em até 72 horas antes do embarque. Segundo o governo, haverá fiscalização aleatória na entrada, e a multa para quem não tiver o certificado é de 500 libras (mais de R$ 3.700).
Para quem quebrar o autoisolamento, a multa é de 1.000 libras (R$ 7.400) e chega a 10 mil libras (R$ 74 mil) para os renitentes. Há também uma multa de 100 libras (R$ 740) para quem não preencher o questionário de contatos e endereço.
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