Cultura
Quinta-feira, 2 de maio de 2024

SP-Foto vai mal de vendas, mas galeristas apontam vantagens na plataforma online

GUILHERME BOTACINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pela primeira vez em ambiente digital, a feira SP-Foto, especializada em fotografia, fechou sua semana de vendas bem avaliada por galeristas a despeito do movimento um tanto modesto. Mais de 50 galerias participaram do evento, que começou na última segunda e chegou ao fim à meia noite deste domingo.
Segundo galeristas, a feira não se compara em termos de vendas à SP-Arte, seu evento matriz, mais amplo.
“As vendas foram fracas e vendi menos de 10% do que estava disponível”, diz Karla Osório, dona da galeria que leva seu nome, em Brasília. Na SP-Arte, seu saldo foi acima de 50% de vendas, e na ArtRio, em outubro, 90%.
Ela, no entanto, ressalta que a semana foi positiva.
A visibilidade do evento era o ponto mais importante para o Projeto Vênus, centro de exposições dirigido por Ricardo Sardenberg em São Paulo. O espaço físico foi aberto em março deste ano, no início da pandemia, e precisou fechar. “Não tinha expectativa alta com as vendas, que foram muito modestas. Mas do ponto de vista de divulgação, o balanço é positivo”, conta.
Além do balanço positivo do alcance digital da feira, a necessidade de apresentar as obras a partir de um fio condutor expositivo também chamou a atenção dos galeristas.
Isso porque, ao mesmo tempo que a plataforma online aumentou o alcance das galerias, também incorporou o imediatismo da experiência digital, segundo Ian Duarte, sócio da galeria Verve.
“No online tudo está a um clique de distância, então se perde o interesse rápido. Por isso a importância de um projeto que o cliente possa identificar e acessar trabalhos expostos.”
Segundo Duarte, a SP-Foto deu a chance de galerias jovens e menos conhecidas dividirem o espaço de forma mais democrática, “sem hierarquia entre setores e andares”. “Clientes chegam mais pelos projetos, pelas obras e isso aumenta o protagonismo dos artistas”, ele afirma.