LEONARDO SANCHEZ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nos livros que escreveu, Arthur Conan Doyle sempre pintou o icônico detetive Sherlock Holmes como uma pessoa solitária. Sua família quase nunca é mencionada e seus leitores sabem pouco sobre suas origens. Seu maior vínculo afetivo parece ser com Watson, seu ajudante na resolução de crimes.
Agora, o público tem a chance de mergulhar no passado familiar do detetive -mas não naquele talvez imaginado por Conan Doyle fora das páginas. Em “Enola Holmes”, filme da Netflix que estreia nesta quarta-feira, o espectador conhece a irmã do detetive, personagem inexistente em suas aventuras originais.
Cria da escritora americana Nancy Springer, Enola Holmes é a protagonista de uma bem-sucedida série de livros infantojuvenis, que agora ganha sua primeira adaptação.
Na trama do novo filme, a personagem-título, de 16 anos, precisa decifrar o mistério por trás do desaparecimento de sua mãe, enquanto ajuda um nobre a fugir de uma tentativa de assassinato e tenta, ela própria, escapar dos irmãos mais velhos, que a querem trancar num internato antiquado só para garotas.
“Era muito importante para mim ter um filme centrado em uma mulher. Eu cresci em Londres e eu nunca tive uma jovem protagonista britânica na qual me espelhar. Isso era algo que eu sempre quis”, afirma Millie Bobby Brown, que vive Enola e também foi a responsável por levar os livros de Springer à Netflix, o que rendeu a ela uma fatia dos créditos de produção do filme.
“Meus modelos enquanto eu crescia eram Hannah Montana e outras estrelas do Disney Channel, mas elas eram americanas e eu não conseguia me relacionar tão bem com elas. Havia a Hermione, de ‘Harry Potter’, mas ela não era a protagonista daquela história. Então esse filme me deu a chance de falar sobre empoderamento feminino a partir de uma perspectiva britânica.”
Da franquia sobre o bruxinho inglês, Brown importou Helena Bonham Carter, intérprete de Belatriz Lestrange, que em “Enola Holmes” faz as vezes de sua mãe, Eudoria.
Ela gosta de jogar tênis na sala de estar -quebrando tudo à sua volta-, luta uma versão bem violenta de jiu-jitsu com a filha e, antes de desaparecer, deixa uma série de pistas para que Enola embarque em sua própria investigação.
“É engraçado, porque eu não as vejo como excêntricas”, diz Bonham Carter ao ser questionada sobre as peculiaridades de Eudoria, Bellatriz e de tantas outras personagens que encarnou. “Acho que eu gosto de pessoas que são interessantes e diferentes, verdadeiras quanto a quem elas são. Nós somos todos essencialmente únicos, mas por algum motivo há pessoas que têm pavor de mostrar isso.”
Brown acrescenta, em tom de admiração, achar “que uma verdade sobre todas as personagens que Helena interpreta é que elas são muito fortes, assumidamente elas mesmas, e eu acho que qualquer um gostaria de fazer esses papéis, porque eles são desafiadores”. “E nos fazem parecer muito mais legais que na vida real”, brinca Bonham Carter.
Em entrevista por vídeo, as duas atrizes parecem estar em sintonia, cada uma de sua casa, quanto ao tom feminista que queriam injetar na trama. Brown, inclusive, lembra a personagem que a alçou à fama, a Eleven de “Stranger Things”, mais uma menina poderosa da cultura pop.
“Poderia dizer que a Eleven e a Enola são parecidas, mas isso não significa que elas são iguais só por serem independentes”, afirma. E foi só com a segunda personagem, segundo Brown, que ela conheceu o movimento feminista.
“Eu tenho 16 anos, então eu entrei em contato com o que de fato é o feminismo enquanto filmava ‘Enola Holmes’. Todo mundo já sofreu alguma situação de injustiça, eu já passei por isso, às vezes não pelo meu gênero, mas pela idade. Mas eu acho que o feminismo aponta para um futuro otimista e brilhante, e esse filme definitivamente toca nisso e fala sobre como as novas gerações podem mudar o futuro.”
Cultura
Terça-feira, 23 de julho de 2024
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