ARTUR RODRIGUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A gestão Bruno Covas (PSDB) incluiu na última semana um museu voltado para a área de direitos humanos no projeto de concessão do Vale do Anhangabaú, na cidade de São Paulo.
O museu ficará na Galeria Prestes Maia, que contará com um elevador com acesso pelo viaduto do Chá.
O Vale do Anhangabaú passou por uma ampla reforma, cujo projeto vem sofrendo críticas por urbanistas que questionam a alteração do projeto original. Agora, a prefeitura pretende conceder a área para a iniciativa privada.
A concessão havia sido suspensa após o TCM (Tribunal de Contas do Município) apontar problemas no processo, em agosto. Segundo a prefeitura, o edital republicado incorporou ajustes e os esclarecimentos que foram solicitados pelo TCM.
Nesse novo edital, consta o museu de Direitos Humanos e Cidadania, a ser implantado pela futura concessionária.
O projeto do museu, com um elevador, foi anunciado no fim do ano passado. Com proposta que lembra a do museu chileno que trata do mesmo tema, na região central de Santiago, o espaço cultural ficará em uma área no primeiro andar da galeria.
A prefeitura afirmou que o elevador em questão já existia, e que o equipamento deve ser recuperado durante as obras.
A ideia é que seja um local de passagem, em que haja um percurso com as exposições relacionadas ao tema. Serão incluídos espaços para instalações, salão e um auditório.
A concessão inclui duas galerias, a Formosa e a Prestes Maia, que liga a praça do Patriarca ao Vale do Anhangabaú. Atualmente, segundo o edital, a galeria Prestes Maia se encontra subutilizada, com funcionamento apenas de um espaço de atendimento ao servidor e outro de apoio para a Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Com as mudanças, os espaços deverão ser explorados financeiramente pela concessionária. A expectativa da prefeitura ao conceder o Anhangabaú é evitar gastos com a administração do local, que deve ser reinaugurado em setembro, e ainda obter algum retorno financeiro –de acordo com a gestão Bruno Covas, os benefícios previsto com a concessão totalizam R$ 39,81 milhões.
Os investimentos previstos, segundo a gestão, são: monitoramento e vigilância com implantação de câmeras e postos de segurança 24 horas; instalação de lixeiras e sanitários públicos; fornecimento de energia elétrica, água, esgoto e telefonia.
Além disso, deve haver disponibilização de wi-fi gratuito; o desenvolvimento de aplicativo móvel gratuito para fornecimento de informações com relação ao cronograma de atividades previstas para a área e, ao longo dos dez anos da concessão, fazer reparos e manutenção de todas as áreas, galerias, quiosques e equipamentos existentes.
Como contrapartida, a empresa poderia locar áreas pertencentes à prefeitura e explorar publicidade e eventos.
A reforma do Anhangabaú custou R$ 94 milhões, R$ 14 milhões a mais do que o previsto inicialmente. Alguns urbanistas apontaram uma visão higienista na reforma. Também há a crítica de que a proposta apaga o projeto anterior, fruto de um concurso público, em 1981, que contemplou a proposta dos arquitetos Jorge Wilheim, Jamil Kfouri e Rosa Grena Kliass.
A gestão Covas analisa que, ao longo dos anos, o Anhangabaú se tornou “lugar inóspito” e que os imóveis se fecharam para o vale. A ideia, agora, é transformar o lugar de passagem em um local que as pessoas permaneçam, com quiosques e espaços culturais.
O projeto, com consultoria do escritório de arquitetura do dinamarquês Jan Gehl, surgiu, surgiu na gestão Fernando Haddad (PT), mas começou a ser executado já com Covas em 2019.
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