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Quarta-feira, 3 de julho de 2024

Atividade em SP deve recuperar nível pré-pandemia na virada do ano, diz Meirelles

THAIS CARRANÇA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O estado de São Paulo deve atingir o nível de produção anterior à pandemia na virada do ano, disse nesta segunda-feira (10), o secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Merielles.
Segundo Meirelles, essa recuperação vai depender das políticas macroeconômicas do país. “Mas não há dúvidas de que, mantido o ritmo atual, teremos uma recuperação muito mais cedo do que se esperava”, afirma.
Conforme o secretário, a expectativa anterior de retomada da atividade era para mais tarde em 2021, mas isso foi antecipado, principalmente devido à surpresa positiva dos números de junho e indicações de que julho deve trazer melhora substancial da economia.
Dados da Fundação Seade apontam que o PIB do estado cresceu 6,8% em junho, em relação a maio, informou Meirelles, durante entrevista coletiva. Em maio, o PIB já havia crescido 5,3%, após queda de 9,3% em abril.
Em 12 meses até junho, o crescimento acumulado é de 0,7%, pouco acima do 0,5% acumulado em 12 meses até maio.
No segundo trimestre, porém, o PIB do estado registra queda de 6,1% em relação ao primeiro trimestre, principalmente devido à retração abrupta da atividade em abril. Na comparação com igual período do ano anterior, a queda é de 5,4%.
Conforme Meirelles, os setores que tiveram retração mais acentuada na crise, como o comércio, devem ser os que terão recuperação mais forte, à medida em que a economia comece a retomar, com a recuperação da renda. Setores que dependem da confiança, como a venda de automóveis, também devem puxar a recuperação.
PIB+30
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também anunciou nesta segunda-feira a criação pela Fundação Seade da ferramenta PIB+30, de acompanhamento rápido da atividade econômica no estado de São Paulo.
A ferramenta contempla 97% do PIB estadual, através do monitoramento de 200 variáveis e deve reduzir a defasagem de divulgação de dados de atividade de 60 para 30 dias.
“No momento em que temos dados com no máximo 30 dias de defasagem, podemos tomar atitudes mais rapidamente e verificar a eficácia ou não de cada ação de todo o processo de retomada”, diz Meirelles. “Se formos aguardar o IBGE, ele divulga os dados estaduais com um ano de defasagem. Isso é melhor do que nada, mas para o direcionamento da política econômica é muito pouco eficaz.”
Segundo Doria, a ferramenta PIB+30 será parte de plano de recuperação da economia do estado, que será capitaneado por Meirelles.
“Trata-se de uma ferramenta de gestão inovadora que permite examinar estatísticas da atividade em velocidade superior às análises do PIB conhecidas”, disse Doria.
Conforme o governador, a medida coloca o estado de São Paulo no mesmo patamar de países como Estados Unidos e França em relação às ferramentas de análise econômica.
Segundo Doria, o plano de recuperação da economia no estado será focado na geração de emprego e renda. “Por isso vamos aplicar uma reforma administrativa e aquilo que é necessário para manutenção do equilíbrio fiscal e recuperação do crescimento”, disse Doria.
O plano deve incluir ainda medidas de desburocratização e desestatização, com foco em atrair investimento externo, especialmente para obras de infraestrutura, que são as que mais absorvem mão de obra.
“Não vamos descuidar da responsabilidade fiscal e temos certeza de que o governo federal também saberá controlar a inflação e tomar medidas de reestruturação e modernização do Estado em âmbito federal. Aqui em São Paulo vamos fazer isso”, disse Doria.
Na entrevista, Doria anunciou que o comitê solidário do estado superou a marca de R$ 1 bilhão em doações para combater o coronavírus, somando R$ 1,03 bilhão com 251 doadores.
O governador informou também que o Banco do Povo do estado vai disponibilizar mais R$ 70 milhões para microempresas, em duas novas linhas, uma para trabalhadores informais e produtores rurais sem CNPJ e outras para MEI (microempreendedores individuais) e produtores rurais com CNPJ. Com isso, a oferta de crédito pelo banco chega a R$ 720 milhões durante a pandemia.