PAULA SOPRANA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Facebook anunciou nesta quinta-feira (4) que vai bloquear anúncios pagos por agências de comunicação ligadas a governos nos Estados Unidos. A medida vale para qualquer mídia estatal do mundo que direcionar publicidade à audiência americana no período pré-eleitoral.
A empresa diz que a decisão visa “dar uma camada extra de proteção” contra a influência estrangeira no debate público. As eleições nos Estados Unidos acontecem em novembro deste ano.
“Estamos oferecendo maior transparência sobre o conteúdo desses publicadores porque eles combinam a influência de uma organização de mídia com o apoio estratégico de um Estado”, afirmou Nathaniel Gleicher, chefe da política de segurança cibernética do Facebook.
Ele defende que as pessoas saibam “se as notícias que leem são provenientes de uma publicação que pode estar sob a influência de um governo”.
Além de bloquear anúncio, a rede social colocará rótulos em publicações vindas de veículos com relação estatal. A empresa diz que desenvolveu seus próprios critérios para determinar se um anúncio está total ou parcialmente sob controle editorial de um governo.
Para isso, afirma ter consultado mais de 65 especialistas globais com conhecimento sobre mídia, governança e direitos humanos.
A empresa levará em conta fatores como a declaração de como a organização define e cumpre sua missão jornalística, a estrutura de propriedade do veículo (como sócios e membros do conselho), diretrizes editoriais, informações sobre equipe da redação e fontes de receita e financiamento.
Entram nesses parâmetros veículos como o Russia Today e a chinesa Xinhua, por exemplo. As publicações rotuladas serão exibidas em uma seção de transparência da rede e no feed de usuários americanos.
“Se determinarmos que existem proteções suficientes para garantir independência editorial, o rótulo não será aplicado”, disse o executivo em comunicado da rede social.
A medida tenta evitar episódios de interferência política como os registrados nas eleições de 2016, quando anúncios da Rússia inundaram a rede nos Estados Unidos. Surge, também, no momento em que a postura das redes sociais está sob escrutínio no debate sobre desinformação.
Na terça-feira (2), Mark Zuckerberg, executivo-chefe do Facebook, defendeu sua decisão de não interferir nas publicações de Trump. Ele disse que tomou uma “decisão difícil”, mas que “foi bastante final”.
Em uma sessão de perguntas e respostas com funcionários, o executivo procurou justificar sua posição sobre as mensagens de Trump, o que gerou dissidência interna.
A reunião, que estava marcada para esta quinta-feira (4), foi antecipada para a terça (2) depois que centenas de funcionários protestaram contra a atitude da companhia de não alertar sobre declarações inflamadas do presidente no contexto de protestos antirracistas e contra a violência policial.
“A retórica do ódio do presidente dos Estados Unidos, que advoga a violência contra os manifestantes negros, não merece defesa sob a rubrica da liberdade de expressão”, escreveu um empregado do Facebook em um fórum interno de discussões, de acordo com uma cópia do texto divulgadada pelo jornal The New York Times.
Os princípios e políticas do Facebook em torno da liberdade de expressão “mostram que a ação certa no ponto em que estamos é deixar isso como está”, disse Zuckerberg.
Ele acrescentou que sabia que muitas pessoas ficariam contrariadas com a empresa, mas uma análise de suas políticas corroborou a decisão.
A revolta interna no Facebook começou na semana passada, depois que o Twitter adicionou rótulos a publicações de Trump para indicar que Trump enalteceu a violência e fez declarações inexatas.
As mesmas mensagens de Trump apareceram no Facebook, mas a rede de Zuckerberg não advertiu sobre as publicações. Em uma delas, Trump se manifestou sobre os protestos em Minneapolis: “Quando os saques começam, os tiros começam”.
Internacional
Quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
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