Economia
Sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Aumento da renda e políticas explicam saída de quase 1,5 milhão do Bolsa Família, diz ministério

Bolsa Família vai pagar neste mês de setembro um total de R$ 12,96 bilhões para 19,07 milhões de lares. O número de famílias atingidas neste mês representa uma queda de 1,43 milhão de beneficiados em relação a junho, quando foram 20,5 milhões de famílias assistidas pelo programa de distribuição de renda.

Além do fluxo natural de entradas e saída de pessoas do programa, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), afirma que o aumento da renda tem contribuído para que muitas famílias não precisem mais do benefício.

“Somente em julho deste ano, cerca de um milhão de domicílios deixaram de receber o Bolsa Família por aumentarem a renda. A maioria deles, 536 mil, cumpriu o tempo estabelecido pela Regra de Proteção”, disse o Ministério em nota enviado à IstoÉ Dinheiro. “Essas famílias atingiram o prazo máximo de recebimento de 50% do valor a que têm direito, por alcançarem uma renda per capita entre R$ 218 e meio salário mínimo à época (R$ 706 atualmente)”, complementam.

O MDS pontua que o programa tem um fluxo contínuo e permanente de entradas e saídas, “um organismo vivo, já que reflete as mudanças na vida de cada família”, como nascimentos, mortes, casamentos, divórcios, mudança de renda com emprego novo ou com demissão.

Emprego

desemprego ao nível mais baixo da série histórica também é apontado pelo Ministério como um dos fatores que levam famílias a saírem do Bolsa Família.

Além disso, cita o MDS, a elevação da renda retirou mais de 14 milhões de pessoas da pobreza no Cadastro Único (CadÚnico) desde 2023, que é justamente a linha de entrada no Bolsa Família: R$ 218 per capita mensal por família.

“Em 2024, foram 1,69 milhão de vagas formais criadas no Brasil, sendo que 98,87% delas foram preenchidas por pessoas do Cadastro Único e 75,5% por beneficiários do Bolsa Família”.

O governo federal tem um programa de parceria com empresas, o Acredita no Primeiro Passo, para capacitação e para dar prioridade a inscritos no CadÚnico na hora da contratação de novos funcionários, no caso de empresas de grande porte – principalmente varejistas e indústrias. Para empresas de micro e pequeno portes, o programa pode conceder crédito subsidiado.

Qual o valor do benefício e quem pode receber

O valor mínimo do Bolsa Família é de R$ 600 por família. No entanto, o valor pode ser maior, conforme a composição familiar. Veja os adicionais disponíveis:

  • Benefício Primeira Infância: R$ 150 para famílias com crianças de até 6 anos;
  • Benefício Variável Familiar: R$ 50 para gestantes e jovens de 7 a 18 anos;
  • Benefício Variável Familiar Nutriz: Seis parcelas de R$ 50 para mães de bebês de até seis meses, garantindo suporte alimentar na primeira infância.

Nenhuma família recebe menos que R$ 600, mesmo que o cálculo dos benefícios não atinja esse valor.

Para ter direito ao benefício, a família deve estar inscrita no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, com dados atualizados, e possuir renda mensal per capita de até R$ 218. A inscrição pode ser feita em unidades do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), com CPF ou título de eleitor.

Vale lembrar que a inscrição no CadÚnico não garante inclusão automática no Bolsa Família. A seleção é feita mensalmente de forma automatizada, com base nas regras do programa.

Fonte: IstoéDinheiro