
A rede Accor pretende ampliar sua presença no Brasil em 60 hotéis até o próximo ano, disse o vice-presidente sênior de desenvolvimento do grupo para Américas e Caribe, Abel Castro, tendo como um dos focos da expansão a aproximação com cidades estratégicas para o agronegócio.
Atualmente, a Accor conta com cerca de 330 unidades em 150 cidades brasileiras. O objetivo é elevar esse número para quase 400 hotéis em 200 cidades até 2026.
De acordo com Castro, a rede passará por um processo de interiorização, acompanhando o crescimento do agronegócio no país. “Estamos olhando para a força do agro, indo para cidades como Nova Mutum (MT), Sinop (MT), Garanhuns (PE), Luís Eduardo Magalhães (BA), Araxá (MG) e outras”, disse ele à Reuters.
“Ainda tem muita coisa a se fazer em (questão de) lazer no país, do Sul ao Nordeste, mas tem mercados pouco explorados como é o do agro. São cidades produzindo, crescendo, bombando e necessitando de mais hotéis”, acrescentou.
Accor expande via franquias
A expansão da Accor no Brasil ocorrerá por meio de parcerias no modelo de franquias, disse o executivo. O país representa cerca de 10% da operação global do grupo e hoje figura como o quinto maior pipeline da rede no mundo.
Os números poderiam ser ainda maiores, segundo Castro, caso houvesse mais linhas de crédito e financiamento específicas para o setor hoteleiro brasileiro.
“Câmbio, vistos para turistas…tudo isso pode impactar. Mas para o setor nada complica mais o surgimento de novos hotéis do que as taxas de juros. Precisamos de linhas de financiamento adequadas para novos empreendimentos, mas infelizmente não temos isso no Brasil, com exceção de alguns bancos de fomento no Norte e Nordeste”, afirmou.
“Nosso grande problema para desenvolver o setor hoteleiro é o financiamento e a taxa de juros”, disse Castro na abertura do fórum internacional sobre empreendedorismo hoteleiro Sahic, nesta segunda-feira.
Questionado sobre o tema, o secretário de Infraestrutura, Crédito e Investimentos do Ministério do Turismo, Carlos Sobral, disse que foi procurado por representantes da Corporação Andina de Fomento (CAF) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para discutir novos financiamentos para o setor e notou que já existe uma linha especial, o Fundo Geral do Turismo (Fungetur), que tem juros de até 5% mais INPC ao ano.
Fonte: DinheiroRural