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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

Vivara: BBA retoma cobertura com compra após colocar ação em revisão no início do mês

BBA disse que saiu do encontro com alta administração confiante no foco da empresa nos principais motores de geração de valor

Após colocar a ação da rede joalherias Vivara (VIVA3em revisão no ínicio de julho, o Itaú BBA decidiu retomar a cobertura do papel com uma classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e um preço-alvo de R$ 32, implicando um potencial de alta de 40% em relação ao preço de fechamento da última terça-feira (24) de R$ 22,82.

O ajuste de recomendação também veio depois de analistas do banco se reunirem com Presidente da Vivara, Nelson Kaufman, e o COO (Diretor de Operações), Ícaro Borrello, para entender o potencial impacto das mudanças na administração da empresa nos últimos meses.

Apesar de reconhecer os riscos inerentes de execução relacionados ao ajuste da estrutura corporativa, o BBA disse que saiu do encontro confiante no foco da empresa nos principais motores de geração de valor.

Segundo o relatório, a principal conclusão da interação é que o principal objetivo de curto prazo da Vivara é melhorar e capturar eficiência operacional, principalmente no negócio legado, o que pode resultar em um aumento interessante do retorno sobre o capital investido (ROIC) marginal, dado o capital investido adicional limitado necessário.

“O foco da administração em melhorar as capacidades internas da empresa significa que projetos estruturais – incluindo a aceleração da internacionalização para outros países da América Latina – não são uma prioridade no momento”, diz o documento.

Nesse contexto, a Vivara mapeou várias oportunidades de melhorias operacionais com base em três pilares principais.

O plano da empresa prevê um aumento natural na cobertura de estoque, que tem impacto no capital investido e pode impulsionar as vendas. O BBA acredita que ainda é muito cedo para avaliar o efeito dessa iniciativa na produtividade das lojas.

De acordo com estimativas, se a Vivara aumentar seus estoques em R$ 100 milhões, seria necessário um aumento de 2 pontos percentuais no delta anual de B&M SSS para ser neutro em termos de ROIC. A empresa iniciou esse processo em maio e já viu sinais encorajadores iniciais de aceleração de vendas, o que é um ponto-chave a ser acompanhado daqui para frente.

Em segundo lugar, eficiências em custos e despesas parece ser a oportunidade de melhoria operacional de curto prazo menos complexa, sugerindo que poderia começar a dar frutos nos próximos trimestres.

Segundo o BBA, a maioria das oportunidades para ganhos de eficiência estão nas despesas com pessoal (particularmente nas áreas corporativas), bem como em marketing e comissões. De acordo com as estimativas, essas iniciativas poderiam gerar R$ 50 milhões a R$ 70 milhões adicionais em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) anual, o que não está totalmente refletido nas estimativas do banco.

Além disso, a agenda da companhia está focada principalmente em dois projetos: i) o plano de expansão (continuado) da Life no Brasil (previsão de 60 inaugurações de lojas para 2024 e 60 para 2025), bem como um aumento na verticalização da produção de produtos Life, de 80% atualmente para 100% no futuro próximo – com uma redução de 3 vezes nos custos de fábrica em comparação com produtos importados e aumento das eficiências fiscais.

Com isso, analistas antecipam um aumento nos ganhos fiscais no futuro, impulsionado por eficiências na cadeia de suprimentos e internalização de produtos Life e colares, o que representa um potencial de alta para os números.

Por fim, o banco espera uma melhoria no momento dos lucros no 2T24 e continua sendo uma das histórias de crescimento mais atraentes sob sua cobertura, com sólidas perspectivas de longo prazo.

Fonte: InfoMoney