Empresa se tornou a rede com mais penetração dos lares brasileiros no 1º semestre e novas lojas já começam a entregar mais margens, diz Belmiro Gomes
Em um momento em que o mercado está atento à alavancagem do Assaí devido aos investimentos para transformar lojas dos hipermercados Extra, a empresa de atacarejo deseja demonstrar que já está colhendo os primeiros frutos de seu plano de expansão.
Durante o primeiro semestre deste ano, o Assaí se tornou a rede de alimentos com a maior presença nos lares brasileiros, de acordo com os dados mais recentes da empresa de pesquisa Nielsen IQ. Nesse período, o Assaí alcançou uma taxa de penetração de 24,4%, o que significa que uma em cada quatro residências no país frequenta uma de suas lojas.
Esse resultado representa um aumento de 3 pontos percentuais em relação ao primeiro semestre de 2022, quando ocupava a segunda posição, e 5 pontos percentuais em comparação com o mesmo período de 2021. Esses números indicam que a base de clientes da rede cresceu em 1,6 milhão de lares em um ano.
O CEO Belmiro Gomes enfatiza que a presença em locais mais centrais das grandes cidades impulsiona o aumento da participação nas compras dos consumidores e expande o alcance do atacarejo como canal de vendas para diferentes classes sociais. Atualmente, 65% das vendas do Assaí vêm das classes C e 21% das classes AB.
Em um contexto de pessimismo em relação ao setor de varejo, com taxas de juros elevadas impactando o consumo e a deflação de alimentos afetando o crescimento do setor, as ações do Assaí registraram uma queda de 40% no ano.
Além disso, existe preocupação com o endividamento da empresa, que apresenta uma dívida líquida equivalente a 2,6 vezes o EBITDA dos últimos 12 meses até junho. Isso ocorre em meio a um programa de investimentos robusto, incluindo pagamentos pendentes para a aquisição de lojas do Extra.
Belmiro Gomes comenta que a preocupação do mercado financeiro é exagerada e observa que os investidores estão focados no indicador de vendas em lojas comparáveis, que ainda registrou uma queda de 2% no segundo trimestre devido à redução dos preços dos alimentos.
Ele ressalta que, apesar do ganho de clientes, vendas e volume, nominalmente há um impacto deflacionário, mas isso não tem afetado as margens da empresa.
No primeiro semestre de 2023, a margem Ebitda do Assaí diminuiu ligeiramente, de 7% no ano anterior para 6,6%, principalmente devido às novas lojas. No entanto, o CEO assegura que esse cenário está prestes a mudar à medida que as conversões são concluídas. Atualmente, cerca de 90% das lojas Extra já foram convertidas.
Ele afirma que as novas lojas já estão contribuindo com margens mais saudáveis, e o objetivo é obter um avanço ainda maior.
No entanto, a principal alavanca para o crescimento deverá ser o aumento do faturamento. O grupo projeta triplicar o faturamento das lojas que antes eram hipermercados Extra após todas as conversões serem concluídas.
Após um período de crescimento acelerado tanto do Assaí quanto de outros players do atacarejo, como a aquisição do BIG pelo Carrefour Brasil, o foco agora está na maturação das novas lojas. Este ano, um total de 30 unidades serão inauguradas. Para o próximo ano, a empresa planeja reduzir um pouco o ritmo de aberturas e concentrar-se na maturação, equilíbrio e melhoria das margens, bem como em ajustes específicos em cada loja em todo o país, conforme afirma Gomes.
Fonte: Exame
Ver Jornal 24 de Julho de 2024 