Negócios
Quinta-feira, 25 de julho de 2024

Galápagos compra Cypress e entra no jogo de banco de investimento

Com DCM e assessoria a M&A, gestora quer avançar em clientes institucionais e gestão de fortunas

Discretamente, a gestora Galápagos fechou a compra da butique Cypress na virada do ano, transação que só agora as companhias tornam pública. Os oitos sócios da Cypress, assessoria financeira de fusões e aquisições, passaram a compor a partnership da Galápagos.

A casa fundada por Carlos Fonseca, ex-BTG e C6, já havia criado uma área de DCM (estruturação de títulos de dívida) e, com a entrada em M&A, entra de vez no jogo de banco de investimento. “O business de M&A é super complementar ao nosso negócio. Falamos com o cliente institucional na transação e ele tem grandes chances de virar um cliente de wealth”, diz Fonseca, que já executou muita aquisição e venda na carreira.

A Cypress vinha crescendo cerca de 25% ao ano, executando na casa de nove ou 10 mandatos por ano e já chega à Galápagos com 50 mandatos nas mãos.

“Não tínhamos a ideia de fazer uma transação, não estávamos procurando por isso, mas tivemos uma grande identidade de valores e objetivos e vimos uma oportunidade de um go-to-market ainda mais acelerado”, diz Luiz Felipe Alves, sócio-fundador da Cypress e que passa a integrar o comitê executivo da Galápagos.

A composição dá competitividade à Cypress em mandatos que também demandam financiamento, o que a casa levava antes a bancos parceiros, e agora pode ser originado na Galápagos.

A firma compradora tem atualmente quase R$ 17 bilhões sob gestão, entre clientes institucionais, fortunas e pessoas físicas.

São R$ 5,5 bilhões em wealth management e a empresa já fechou uma outra aquisição, ainda não anunciada, que vai adicionar R$ 3 bilhões nessa conta. A operação está também nos Estados Unidos e na Suíça, que podem ser base do capital de clientes ou acesso ao mercado internacional.

A companhia também cresceu na área de consultoria financeira a clientes institucionais, onde ajudar a assessorar seguradoras, empresas e fundos de previdência corporativos que somam quase R$ 60 bilhões em capital. Essa atuação se desdobrou na gestão discricionária para clientes institucionais privados, volume hoje de R$ 8,5 bilhões.

A firma montou ainda uma asset, aqui com acesso à pessoa física de diferentes faixas de patrimônio a fundos multimercado, imobiliário, que gere atualmente R$ 2,5 bilhões. Parte da demanda desses aplicadores em diferentes áreas é atendida por produtos criados dentro de casa, nas esteiras de crédito que resultam em FIDC do agronegócio ou educação, por exemplo.

“Começamos a ter cada vez mais demanda dos clientes pessoa física por produtos de renda fixa e estruturamos uma área de DCM que já fez 50 operações no ano passado. Esse ano o volume de estruturação deve ficar em torno de R$ 3 bilhões”, diz Fonseca. “O mercado de capitais é muito grande mas tem dono, que são basicamente quatro bancos. Conseguimos na Galápagos criar esse ecossistema independente, em que a gente cria produtos e acesso para nossos clientes.”

Com a Cypress, a Galápagos passa a ter cerca de 35 sócios na partnership e 250 funcionários. A firma já tinha feito outras aquisições, como a gestora de patrimônio da Ativa, e a corretora do BS2.

Fonte: Pipeline Valor