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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Sproutfi quer ampliar a carteira do investidor que só pensa em cripto

Corretora digital criada pelos americanos Ruben Guerrero e Tyler Richie quer criar comunidade de investidores

A Avenue foi a plataforma precursora para as aplicações de investidores de varejo no exterior, mas já não está em uma corrida solitária. A XP se lançou recentemente nesta disputa, um terreno que também conta com concorrentes como Banco Inter, Bradesco e startups capitalizadas como a Nomad, a fintech criada pelo empreendedor serial Patrick Sigrist.

Num espaço que parece cada vez mais apertado, há alguma chance para uma startup novata? Os americanos Ruben Guerrero e Tyler Richie acham que sim. A dupla está por trás da Sproutfi, uma corretora digital que deseja furar a bolha e popularizar os investimentos no exterior em toda a América Latina — a começar pelo Brasil.

Fundada em 2021, a Sproufi já levantou duas rodadas de capital, o que dá alguma margem de manobra (em tempos de aversão a risco, cash is king) para um negócio que não cobra taxas e que vai precisar desse apelo comercial para ganhar tração entre os investidores de varejo — num mundo de aversão a risco.

Desde que foi criada, a startup levantou US$ 11 milhões. Na primeira rodada, há um ano, captou R$ 5,7 milhões com a Marathon Ventures. O segundo aporte ocorreu em setembro, trazendo recursos do Y Combinator e Public.com.

Radicado em São Paulo, Guerrero já passou por Goldman Sachs e pela corretora americana E*Trade Financial. O empreendedor conheceu o Brasil em 2008, quando veio ao país para trabalhar na Orc, uma fintech que oferece tecnologia para high frequency trade. Sem querer, a trajetória conectou Guerrero ao parceiro Tyler Richie, que só não deixou o Brasil no começo de 2020 porque a covid-19 chegou. Primeiro cientista de dados do Nubank, Richie acabou topando o desafio de fundar a Sproutfi.

O aplicativo da Sproutfi já está disponível — a companhia é regulada nos Estados Unidos e usa a corretora Levycam como parceira no Brasil —, mas a principal funcionalidade da startup ainda está em fase de testes. A ideia de Guerrero e Richie é diferenciar a corretora a partir de uma comunidade de troca de ideias sobre investimentos no exterior, uma espécie de fintwit dentro do app da Sproutfi.

Na prática, a startup busca um perfil de investidor um tanto distinto de casas como XP e Avenue. Com o apelo de viabilizar o investimento no exterior a partir de apenas US$ 1, sem comissões ou saldo mínimo, a Sproutfi quer chegar aos jovens menos abonados que já fizeram uma incursão pelas criptomoedas — curiosamente, um negócio mais popular que a B3 no Brasil —, mas ainda estavam distante do mundo das ações.

Ao pescar no mesmo aquário das criptomoedas, Guerrero terá o desafio mostrar ao investidor que nem só de day trade se faz uma carteira. “Queremos eles no longo prazo”. Não é uma aposta trivial.

Fonte: Pipeline Valor