No Mundo
Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Operação na Venezuela é mais de inteligência do que convencional

Análise de Lourival Sant’Anna, no CNN Prime Time, revela que unidade Navy SEAL Team 6, responsável pela morte de Osama Bin Laden, lidera ações no Caribe enquanto Maduro reforça sua segurança pessoal

As operações militares dos Estados Unidos contra a Venezuela estão sendo conduzidas principalmente por forças de inteligência especializadas, ao invés de uma abordagem militar convencional. O analista Lourival Sant’Anna detalhou, no CNN Prime Time, como essas ações têm pressionado o líder venezuelano, Nicolás Maduro, a reforçar sua própria segurança.

De acordo com Sant’Anna, apesar da presença de 11 navios de guerra no Caribe, quem realmente lidera as operações contra embarcações na região é a unidade de comando especial Navy SEAL Team 6 – a mesma que executou a operação que resultou na morte de Osama Bin Laden em 2011. “É uma operação muito mais de inteligência militar do que uma operação militar convencional”, explicou o analista.

Pressão americana e temor de ataque cirúrgico

O almirante Frank Bradley, que ordenou o segundo ataque contra tripulantes de uma embarcação semidestruída em 2 de setembro, foi integrante desta unidade especial e hoje comanda o Comando de Operações Especiais americano. Esta informação, somada à recompensa de US$ 50 milhões oferecida em relação a Maduro e declarações do presidente Donald Trump indicando operações de forças especiais, justifica a preocupação do líder venezuelano com a possibilidade de um ataque cirúrgico direcionado a ele.

Sant’Anna também destacou um aspecto político relevante: a aparente obsessão deTrump por superar os feitos do ex-presidente Barack Obama. “Foi Barack Obama que ordenou o assassinato de Osama Bin Laden”, lembrou o analista, sugerindo que Trump poderia estar buscando um feito comparável com uma operação contra Maduro, apesar da evidente diferença entre os alvos. “Comparar Bin Laden com Nicolás Maduro, obviamente, é algo estapafúrgico”, pontuou Sant’Anna.

Mesmo reconhecendo o exagero desta comparação, o analista não descartou a possibilidade de um ataque direcionado contra Maduro estar sendo considerado pela administração americana. “No contexto atual, muitas coisas estapafúrgicas estão acontecendo na Venezuela e pode, sim, estar sobre a mesa essa possibilidade de um ataque cirúrgico dirigido contra Nicolás Maduro”, concluiu Sant’Anna.

Fonte: CNN