
Marcio Santos foi o convidado do nono episódio do Raiz do Negócio, parceria entre o InfoMoney e o The AgriBiz
Apesar dos ataques de reputação que o agronegócio brasileiro tem enfrentado internacionalmente nos últimos tempos — seja por declarações do presidente americano Donald Trump, por agricultores franceses ou em séries e filmes que citam um suposto avanço do desmatamento no país — essa imagem equivocada pode ser respondida por números, segundo CEO da Bayer Brasil, Marcio Santos.
“O agro brasileiro tem uma reputação de ser um fornecedor confiável, que entrega o que promete, oferecendo um leque de produtos (amplo). E a cada dois dias abre-se um novo mercado para o agronegócio brasileiro. Isso fala um pouco sobre quem a gente é”, disse o executivo.
Santos foi o convidado do nono episódio do Raiz do Negócio, sua estrada entre o campo e a Faria Lima, parceria entre InfoMoney e The AgriBiz. Nesta edição extraordinária, a conversa se deu em Belém, no Pará, durante a edição da COP 30, com a correspondente e fundadora do The AgriBiz, Tatiana Freitas.
Alta demanda
Um dos tópicos abordados pelo CEO da Bayer Brasil para corroborar seu ponto de vista foi a alta demanda que existe para produtos com origens no Brasil. As exportações são enviadas para mais de 150 países. “Será que esses países comprariam um produto de alguém que eles não acreditam? E para comer ainda por cima? É difícil”, ressaltou.
E, de uns tempos para cá, disse, a exportação brasileira passou a atender cada vez mais países mundo afora. Isso traz inerentemente realidades e exigências diferentes, o que culmina em um monitoramento maior. Segundo Santos, isso é um pouco o equivalente a disputar um torneio com maior visibilidade em algum esporte global. “A exposição é muito maior. E o que a gente faz aqui é relevante.”
Em suma, o executivo concluiu que cabe ao mercado brasileiro ter consciência sobre o que exporta e mostrar para o mundo a qualidade dos processos internos. “A gente merece mostrar o que a gente está fazendo”.
Próxima safra no Brasil
Existe um certo pessimismo em relação à próxima safra brasileira atualmente. Especialmente por conta de disputas comerciais, que geram incertezas no mercado. Alguns dos exemplos sobre isso são a tensão entre Estados Unidos e China e o tarifaço de Donald Trump que atingiu o Brasil. Esses temas, inclusive, vêm se arrastando ao longo dos últimos meses.
Além disso, pode-se colocar neste balaio também um acesso ao crédito mais restrito, em meio a um cenário local de alta de juros, com a Selic a 15%. Vale ressaltar que este patamar que persiste desde junho deste ano.
O CEO da Bayer Brasil, porém, tende a ser um pouco otimista, mesmo com este tipo de cenário. De acordo com ele, há regiões no país com problemas que precisam ser endereçados, como são os casos de Rio Grande do Sul (após as enchentes de 2024), Paraná (com hectares de soja impactados) e ate mesmo o Mato Grosso Sul. Por fim, reforçou: “a gente vai ter desafio. Isso é da atividade. Mas eu sou otimista”, falou.
Fonte: InfoMoney
