Bares de SP voltam a vender destilados, mas faturamento segue 25% abaixo do normal

Na segunda semana após a eclosão da crise do metanol em destilados, bares da cidade de São Paulo registraram um crescimento de 1% no seu faturamento, porém o resultado financeiro manteve-se 25% abaixo da semana anterior à divulgação dos primeiros casos. As vendas de destilados cresceram 35,6%, após uma queda de 70% na primeira semana sob a crise.

Os dados são de levantamento elaborado pela Zig, plataforma de soluções tecnológicas e financeiras e para o mercado de entretenimento ao vivo, parceira de vários estabelecimentos no país. Foram considerados 558 mil pedidos realizados por 155 mil consumidores em 371 estabelecimentos da capital entre 22 de setembro e 12 de outubro de 2025. A comparação analisa a semana de 06/10 a 12/10 contra as anteriores.

Recuperação dos destilados

Entre os destilados, as maiores recuperações vieram do whisky (+46,8%), vodka (+37,5%) e gin (+35%). Ao mesmo tempo, bebidas que cresceram como substitutos devolveram parte dos ganhos, caso da cerveja (-7,81%), licor (-3,26%) e vinho (-2,71%). Já o consumo dos “ready to drink” ou RTDs, categoria que abrange drinques enlatados prontos com álcool destilado, cresceu 4,7% e acumula alta de 36% desde antes da crise.

Chama a atenção também um crescimento expressivo no spritz (+51,33%), bebida a base de espumante, que provavelmente se tornou também um substituto para os drinks feitos com destilados. Veja no gráfico:

Público menor, com maior ticket médio

Em relação ao ticket médio, houve um aumento de R$ 118,06 para R$ 125,01, uma variação de 5,9%. Na semana anterior à crise, o valor era de R$ 136,61.

Já o público na semana passada nos estabelecimentos foi de 50,6 mil consumidores únicos nos estabelecimentos. O número é menor do que os 52,4 mil da semana anterior e do que os 61,7 mil nos sete dias pré-crise.

“Os indicadores reforçam que o pior momento passou, mas o caminho de normalização ainda será gradual. O setor avança em valor médio, mas ainda opera com volume reduzido e perfil de consumo reconfigurado”, afirma a Zig em nota.

Crise do metanol

São Paulo já contabiliza 90 contaminações por metanol, sendo 33 confirmados e 57 em investigação. Foram descartados 339 casos suspeitos. O estado concentra 60,81% das notificações do país.

Em relação aos óbitos, foram confirmados 6  no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação SP (4), PE (3), MS (1), PB (1) e PR (1).

Fonte: IstoéDinheiro