Economia
Quinta-feira, 2 de outubro de 2025

IBGE: brasileiros viajaram mais ao exterior em 2024 e gastaram mais com turismo

Desde o fim da pandemia, o brasileiro tem descoberto o que significa viajar. Seja pelo próprio país ou para o exterior, os dados do módulo de turismo da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE mostram que foram realizadas no ano passado 20,6 milhões de viagens.

O número é o mesmo registrado em 2023. Se à primeira vista o dado revela uma estagnação, por outro lado mostra a consolidação de um novo patamar de viagens e uma mudança na forma com que o braileiro se relaciona com o turismo, principalmente depois da pandemia.

No primeiro ano da crise sanitária, em 2020, os dados do IBGE mostraram que o número de viagens feitas pelos brasileiros foi de 13,4 milhões. Em meio à Covid-19, os brasileiros ficaram mais retraídos e realizaram 12,1 milhões de viagens em 2021.

Mais viagens ao exterior

As viagens nacionais seguem sendo a esmagadora maioria. Do total, 96,7% tiveram destinos domésticos em 2024. Apesar disso, o brasileiro viajou mais para o exterior no ano passado. Foram 668 mil viagens para fora do Brasil, 11% a mais do que as 619 mil de 2023.

Seja para o exterior ou para o Brasil, o principal motivo das viagens ainda é para lazer, mas existem mudanças em algumas tendências. A preferência brasileira em busca de sol e praia em 2020 respondeu por 55,5%, mas esse lazer perdeu espaço, recuando para 48,7%, 46,2% e 44,6%, respectivamente em 2021, 2023 e 2024. Já as viagens em busca de cultura e gastronomia, que em 2020 foram motivo para 15,5%, ganharam participação no total de viagens de lazer em 2024 e chegaram a 24,4%.

Os gastos totais em viagens nacionais com pernoite no Brasil, em 2024, alcançaram R$ 22,8 bilhões. O valor representa um crescimento de 11,7% em relação a 2023, quando os gastos somaram R$ 20,4 bilhões.

Viagens por domicílio

Em 2024 foram estimados 77,8 milhões de domicílios particulares permanentes no Brasil, 11,1% a mais do que em 2020, quando esse valor foi de 70 milhões. Nos anos de 2020 e 2021, marcados pela pandemia, o percentual de domicílios em que ocorreu viagem de ao menos um morador ficou em 13,9% e 12,7%, respectivamente.

O turismo apresentou recuperação no ano de 2023 e em 15 milhões de domicílios, ou 19,8% do total, houve ocorrência de viagem de moradores, ao passo que em 2024 esse valor se manteve estável em 15 milhões de domicílios, porém, a participação foi reduzida para 19,3%.

Viagem dos mais pobres

Os dados da PNAD mostram que 21% dos domicílios brasileiros possuíam rendimento mensal domiciliar per capita inferior a metade do salário mínimo. No entanto, dentre os domicílios em que houve ocorrência de viagem de algum morador, 11,3% pertenciam ao grupo de rendimento mais baixo.

Já o grupo de domicílios com rendimento per capita de 4 ou mais salários mínimos, eram 7,4% do total de domicílios e 17,5% dos domicílios em que houve ocorrência de viagem. Os domicílios com rendimento de 2 a menos de 4 salários mínimos eram 13,9% do total e representaram 21,4% dos domicílios em que houve viagem de algum morador.

Fonte: IstoéDinheiro