
Veja as principais informações que devem mexer com os mercados nesta terça-feira (16)
Investidores no Brasil acompanham nesta terça-feira (16) a divulgação da taxa de desemprego referente a julho, dado que indica a situação do mercado de trabalho e ajuda a formar expectativas sobre a política de juros do Banco Central do Brasil (BCB).
Investidores também estão de olho no dólar após a moeda americana encerrar na segunda-feira (15) em R$5,3220, queda de 0,59%, menor valor desde 6 de junho de 2024. Já o Ibovespa, índice que mede as ações mais negociadas da B3, avançou 0,90%, aos 143.546,58 pontos, superando o recorde de 11 de setembro.
Nos Estados Unidos, a agenda é movimentada às vésperas da decisão do Federal Reserve. O Senado norte-americano confirmou a indicação de Stephen Miran, escolhido pelo presidente Donald Trump, para integrar o conselho de governadores do Federal Reserve. A aprovação ocorreu por margem apertada, 48 a 47, e garante a participação de Miran já na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que começa nesta terça-feira (16) e deve avaliar um possível corte de juros.
O dia ainda traz indicadores econômicos que mostram o desempenho do consumo, da produção e das empresas. Às 9h30 são divulgadas as vendas no varejo de agosto, que medem o movimento de consumo das famílias.
Às 10h15 sai a produção industrial de agosto, que mostra a evolução da atividade manufatureira e de serviços de utilidade. Às 11h são divulgados os estoques empresariais de julho, indicador que ajuda a entender o volume de mercadorias armazenadas pelas empresas e a dinâmica da produção.
O que vai mexer com o mercado nesta terça
Agenda
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, devem participar nesta terça-feira (16) do seminário internacional Justiça tributária: os caminhos para o financiamento do desenvolvimento social na América Latina e Caribe, promovido pelo Sindifisco Nacional e pela Oxfam Brasil, em Brasília.
Já o ministro Edson Fachin se reúne nesta terça-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer a entrega do convite de sua posse como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). A solenidade está marcada para o próximo dia 29. O convite será entregue pessoalmente a Lula por Fachin, que assume o comando do Judiciário pelos próximos dois anos. Na vice-presidência tomará posse o ministro Alexandre de Moraes, que também deve comparecer ao encontro com o presidente.
Brasil
- 9h – Taxa de desemprego (julho)
EUA - 09h30 – Vendas no varejo (agosto)
- 10h15 – Produção industrial (agosto)
- 11h – Estoques empresariais (julho)
INTERNACIONAL
Novas sanções
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que os Estados Unidos devem anunciar respostas à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que aplicou pena de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Rubio criticou a atuação de juízes do STF, em especial Alexandre de Moraes, e afirmou que haverá medidas adicionais contra violações do Estado de Direito no Brasil.
O governo americano avalia cassações de vistos, sanções financeiras e possíveis alterações em tarifas sobre produtos brasileiros.
Segundo informações do jornal O Globo, a ‘resposta’ à condenação de Bolsonaro prometida por secretário de Trump pode ocorrer durante viagem de Lula aos EUA. Lula se prepara para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, e discursar na abertura do encontro na próxima terça-feira.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que acredita em uma melhora na relação entre o Brasil e os Estados Unidos, a despeito do aumento das ameaças de novas sanções americanas.
Resposta às sanções
Após a ameaça de sanções dos Estados Unidos, ministros do STF reagiram com indignação e afirmam que qualquer tratamento diferenciado a Bolsonaro ficará inviabilizado, segundo a Folha de S.Paulo. Eles citam a participação de Eduardo Bolsonaro em tentativas de coagir o tribunal e obstruir a Justiça como agravante. O aumento das sanções, segundo magistrados, pode levar o ex-presidente ao cumprimento da pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Pressões
Donald Trump, presidente dos EUA, criticou o chair do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), Jerome Powell, e pediu cortes maiores nas taxas de juros, citando o mercado imobiliário. O Fed decide nesta quarta-feira (17) sobre a taxa americana, atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano, com expectativa de corte de 0,25 ponto percentual.
Cabe ressaltar que um tribunal de apelação rejeitou o pedido do presidente dos EUA, Donald Trump, para destituir a diretora do Federal Reserve (Fed) Lisa Cook um dia antes do início da votação do BC sobre as taxas de juros. Espera-se que o governo Trump recorra rapidamente à Suprema Corte em uma última tentativa de destituir Cook antes da reunião do Fed. O processo movido pela diretora para impedir permanentemente sua demissão ainda precisa passar pelos tribunais.
Incertezas
A economia chinesa mostrou sinais de estabilidade em agosto, mas enfrenta incertezas, segundo Fu Linghui, porta-voz da NBS (Administração Nacional de Estatísticas da China).
A produção industrial cresceu 5,2% na comparação anual, abaixo do ganho de 5,7% em julho, e as vendas no varejo avançaram 3,4%, desacelerando frente a julho.
Ida ao Catar
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, irá ao Catar após se encontrar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Israel. A visita, anunciada na segunda-feira, ocorre enquanto a região ainda está se recuperando do ataque israelense que teve como alvo líderes do Hamas em Doha. Os EUA têm buscado aliviar as tensões entre seus dois aliados próximos.
Netanyahu e Rubio ficaram lado a lado em Jerusalém e minimizaram o furor que, pelo menos por um curto período, surpreendeu a administração Trump. Não houve sinais de frustração ou aborrecimento dos EUA com as últimas ações de Israel, embora Trump tenha deixado claro seu descontentamento com o ataque unilateral do país ao Hamas no Catar.
Mercosul
Oito anos depois da primeira rodada de negociações, que começou em junho de 2017, o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta) — integrada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein — assinam, nesta terça-feira, um acordo que vai liberalizar 97% das exportações de ambos os lados.
ECONOMIA
Projeto alternativo
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou que vai pautar na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado um projeto alternativo que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A iniciativa busca agilizar a medida, que está parada na Câmara, e pressionar o deputado Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto original. O texto também prevê desconto parcial para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350 e cria alíquota progressiva de até 10% para ganhos acima de R$ 600 mil por ano.
POLÍTICA
Irregularidades
O ministro Flávio Dino, do STF, enviou à Polícia Federal relatório que aponta irregularidades em nove das dez cidades que mais receberam emendas Pix de 2020 a 2024. Dino determinou a suspensão dos repasses suspeitos, que totalizam R$ 671 milhões, e pediu que a CGU (Controladoria-Geral da União) amplie a auditoria sobre as emendas. As irregularidades incluem falhas em licitações, superfaturamento e contratação de empresas sem comprovação técnica, enquanto São Paulo não apresenta suspeitas.
Careca do INSS
O presidente da CPI mista sobre desvios no INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), cancelou a reunião de segunda-feira (15) após Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, avisar que não compareceria. A decisão se baseia em determinação do ministro André Mendonça, do STF, que permite que investigados optem por não prestar depoimento à CPI. Viana afirmou que a comissão seguirá analisando extratos bancários e outros dados para identificar movimentações financeiras e responsabilizar os envolvidos no esquema de desvios.
Novas autorizações
Jair Bolsonaro (PL) pediu a Alexandre de Moraes autorização para receber seis políticos em sua prisão domiciliar, incluindo líderes do PL, deputados e o presidente do partido, além de manter encontros semanais com um grupo de oração. A defesa afirma que as visitas são necessárias para tratativas institucionais e coordenação de pautas políticas.
Fonte: InfoMoney