No Mundo
Quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Coreia do Sul resgata norte-coreano que fugiu de seu país a nado

A Coreia do Sul resgatou e deteve um norte-coreano que tentava chegar a nado ao país, afirmaram autoridades locais nesta quinta-feira (7). Segundo o Exército sul-coreano, ele estava amarrado a um pedaço de isopor e conseguiu atravessar a fronteira marítima na noite de 30 de julho.
A chamada Linha de Limite Norte, na costa oeste da Península Coreana, já serviu como rota para diversos desertores que tentam chegar até a ilha de Ganghwa, na Coreia do Sul. O local, a noroeste de Seul, é um dos territórios sul-coreanos mais próximos da Coreia do Norte algumas regiões estão a apenas 10 km da fronteira entre os dois países.
Segundo as autoridades, o indivíduo gesticulou pedindo ajuda e disse ao oficial da Marinha que o interrogou que queria desertar para a Coreia do Sul. O resgate teria ocorrido por volta das 4h do dia 31 de julho, após 10 horas de operação.
Dezenas de milhares de norte-coreanos fugiram para o Sul desde que a península foi dividida pela Guerra da Coreia, na década de 1950 a maioria cruzando primeiro por terra para a vizinha China e depois para um terceiro país, como a Tailândia.
Deserções pela fronteira terrestre são relativamente raras, já que a área densamente florestada é minada e vigiada por soldados de ambos os lados. Mesmo assim, elas ocorrem no mês passado, um norte-coreano desertou para o Sul ao cruzar a linha de demarcação militar.
Os dois países têm uma relação complexa. Desde o armistício da Guerra da Coreia, em 1953, as nações permanecem tecnicamente na trégua de um conflito, já que não houve um acordo de paz. Ao longo desses mais de 50 anos, houve períodos mais turbulentos e outros de maior cooperação diplomática.
Em 2018, reuniões históricas entre os dois países chegaram a um acordo militar para tentar reduzir as tensões e evitar uma escalada militar.
O pacto, porém, foi completamente abandonado no ano passado, quando Seul resolveu sair do acordo após Pyongyang enviar balões com lixo ao sul em resposta aos infláveis com dinheiro e propaganda que ativistas sul-coreanos enviam aos vizinhos. Antes disso, em 2023, o acordo já estava debilitado naquele ano, o regime de Kim Jong-un o deixou após colocar um satélite espião em órbita, levando a Coreia do Sul a suspender parcialmente o texto.
Desde então, o Norte desenvolveu seu arsenal de armas nucleares e declarou que o Sul é seu “principal inimigo”, não mais um futuro parceiro para a unificação.
A tensão não deve diminuir em um horizonte próximo, mesmo com os esforços do novo presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, para melhorar as relações com Pyongyang e reviver o diálogo estagnado com seu vizinho.
Na segunda (4), por exemplo, a Coreia do Sul removeu os alto-falantes que transmitiam propaganda anti-Coreia do Norte perto da fronteira, em uma tentativa de reduzir os atritos. No entanto, Kim Yo-jong, a poderosa irmã do líder norte-coreano, disse que a medida não era “um trabalho digno de apreciação”, informou a agência de notícias estatal da Coreia do Norte, a KCNA.
Os exercícios anuais entre Coreia do Sul e Estados Unidos, chamados de Ulchi-Freedom Guardian, ocorrerão a partir de 18 de agosto, disseram autoridades de Seul nesta quinta. Eles serão em escala semelhante aos exercícios de 2024 e testarão uma resposta aprimorada a ameaças nucleares da Coreia do Norte.

Fonte: FolhaPress