
O processo de dar nome de empresas para estações começou em 2021, com o Metrô de São Paulo lançando edital de concessão para renomear a estação Carrão (linha 3-Vermelha), que passou a se chamar – Assaí Atacadista. Iniciativa que abriu caminho para outras como Saúde – Ultrafarma (linha 1-Azul) e Penha – Besni (linha 3-Vermelha).
Veja todas as estações de SP que ganharam ‘novo sobrenome’
- Saúde – Ultrafarma (Linha 1-azul)
- Carrão – Assai Atacadista (Linha 3-vermelha)
- Penha – Lojas Besni (Linha 3-vermelha)
- Paulista – Pernambucanas (Linha 4-amarela)
- Jurubatuba – Senac (Linha 9-esmeralda)
- Morumbi – Claro (Linha 9-esmeralda)
- Lapa – Senac (Linha 8-diamante)
- Vergueiro – Sebrae (Linha 1-Azul)
- Berrini – Casas Bahia (Linha 9-Esmeralda)
- Adolfo Pinheiro – Unisa (Linha 5-Lilás)
Entre as privatizadas, a estação Paulista – Pernambucanas (linha 4-Amarela) foi a primeira, em abril de 2023. Os contratos firmados pela Motiva (ViaQuatro e ViaMobilidade) costumam durar cinco anos. No caso das estações operadas pelo metrô, inicialmente também adotam contratos de cinco anos, mas com possibilidade de renovação por até 20 anos.
Como funcionam as parcerias no metrô?
Antes de ser implementado, o projeto precisa ser aprovado pela CPPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana) da Prefeitura de São Paulo, seguindo as diretrizes permitidas pelo órgão.
A premissa para o uso dos naming rights no Metrô é a conservação das características de referência já consolidadas, utilizando a marca parceira como “sobrenome” da estação.
Estudos realizados pelo Metrô estabelecem valores pré-definidos para cada estação, considerando fatores como localização, fluxo de passageiros e visibilidade da marca.

A companhia não permite marcas ou nomes de: Bebidas alcoólicas; Produtos como cigarros, cigarrilhas, charutos e cachimbos; Entidades religiosas; Instituições político-partidárias; Personalidades; Nome de ponto cardeal distinto daquele referente à localização da estação; referência geográfica ou urbanística distinta daquele referente à localização da linha e/ou da estação; casas de apostas online (bets).
Em nota enviada à IstoÉ Dinheiro, o Metrô informou que desde a adoção dos naming rights, foram substituídas mais de 7 mil peças de comunicação visual em trens e nas estações com naming rights, além da renovação de aproximadamente 250 itens de sinalização, incluindo totens, mapas e orientações para os passageiros.
“Nestas estações, os letreiros externos foram trocadas por modelos retroiluminados, e os antigos totens metálicos deram lugar a versões em ACM FR, material mais resistente e seguro. Além disso, mais de 385 itens foram atualizados em outras estações do sistema. Nos trens, a adoção dos Naming Rights permitiu a substituição de cerca de 7 mil mapas de transporte e de linha, além da atualização dos PAs (painéis de informação audiovisual) em 142 composições das Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.”
A empresa também informou que a estação Vergueiro – Sebrae já tem contrato assinado e a inserção do nome do parceiro está em fase de planejamento.
Naming Rights nas linhas privatizadas
Diferentemente do Metrô, por se tratar de duas empresas privadas, as linhas que são administradas pela Motiva (ex-CCR), não exigem licitação para concessão pública para firmar parcerias de naming rights. Em entrevista a IstoÉ Dinheiro, João Pita, diretor comercial da empresa, explicou que a parceria precisa ser algo que faça sentido para os dois lados.
“Quando a iniciática parte de nós, fazemos um mapeamento de mercado e listamos as empresas que tenham alguma ligação com determinada estação. A partir disso, montamos uma narrativa. Agimos com cuidado porque nós entendemos que naming rights é uma porta de entrada nesta colaboração. Nossa intenção é que se estivéssemos do lado da empresa, fizesse sentido para nós”, explicou Pita.
Um dos exemplos citados pelo diretor foi a parceria recém anunciada com a universidade Unisa, para renomear a estação Adolfo Pinheiro. “O polo da Unisa fica próximo da estação, que é amplamente utilizada pelos estudantes. Então aqui construiu-se esse racional de negócio. É uma universidade que quer ser mais conhecida, quando nós temos praticamente 2 milhões de pessoas nas nossas linhas em São Paulo, isso se torna uma publicidade, de mídia muito importante.”
A respeito da destinação das receitas obtidas com essas parcerias, o diretor diz que elas são revertidas para os clientes que utilizam metrô e trem da Motiva. Segundo explica, reinvestir a receita na qualidade do serviço prestado é um requisito das concessões.
“Uma construção que queremos aprofundar no futuro é encontrar maneiras para mudar além do nome, trazer coisas, melhorias, serviços para as estações e para a linha, e que isso seja mais, obviamente, visível pelos clientes”, conclui.
O diretor, que não fechou as portas para casas de apostas, disse que atualmente existem três novos casos em negociação bem avançada, mas não revelou onde e com quais empresas.
CPTM pública não tem estações com nome de empresas
Na malha da CPTM ainda sob domínio do Estado, não há estações batizadas, mas a companhia informou que está aberta a parcerias. “A CPTM ainda não possui estação com adoção de naming rigths. A companhia mantém prospecção de mercado em busca de oportunidades para parceria com empresas que desejam se posicionar em determinadas regiões por meio de suas 57 estações nas suas cinco linhas”, diz a nota da empresa enviada à IstoÉ Dinheiro.
Fonte: IstoéDinheiro