
Ministro do STF acolheu pedido da defesa de delegado preso, que nega participação no crime e quer provar bom relacionamento com a vítima
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou nesta segunda-feira (10) que a Polícia Federal encaminhe para o tribunal conversas de WhatsApp que o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio Janeiro, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco, manteve com ela antes do crime.
A transcrição das conversas fazem parte da investigação da PF que concluiu quem foram os três mandantes do assassinato de Marielle Franco, em ação que também resultou na morte do motorista Anderson Gomes. Além de Barbosa, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão também foram apontados como mandantes. Os três estão presos desde março de 2024.
Na decisão assinada por Moraes, o ministro também acolheu o pedido para incluir no processo conversas de Rivaldo Barbosa com o general Richard Nunes, que foi secretário de Segurança durante a intervenção no RJ, em 2018, e formalizou a indicação dele para o comando da Polícia Civil do estado; e também diálogos com os delegados Giniton Lages, Daniel Rosa e Brenno Carnevale. A defesa quer demonstrar que Barbosa cobrava resultados sobre as investigações e que não houve interferência de autoridades ou políticos locais na nomeação dele a chefe de polícia.
Moraes também determinou anexar o inquérito da morte do ex-policial André Henrique da Silva Souza, o André Zóio, morto por envolvimento com milícias. Ronnie Lessa, o assassino confesso de Marielle, também é acusado por esse crime.
O crime teria ocorrido a mando do ex-vereador Cristiano Girão, apesar de Lessa negar que conheça o político. A defesa do delegado preso quer provar que havia relação entre Ronnie e Girao, sem participação do delegado Barbosa.Play Video
Zóio e a namorada estavam num carro em movimento quando disparos vindos de outro carro atingiram o casal — situação parecida com a morte de Marielle Franco.
Fonte: CNN