Economia
Terça-feira, 10 de dezembro de 2024

O que rende mais? Fazer aportes mensais, trimestrais ou anuais? Veja comparativo

Quem pensa em investir pode ter dúvidas sobre a periodicidade dos aportes: devo guardar todos os meses, ou posso acumular e investir a cada três meses, por exemplo? E se não sobrar dinheiro todo mês, mas surgir algum ganho esporádico ao longo do ano? Posso investir uma bolada, isoladamente? Qual o efeito dessas opções no rendimento?

Em primeiro lugar, especialistas recomendam que os investidores conheçam a renda mensal de que dispõem, qual é o perfil de investimento e quais são os objetivos financeiros e os prazos para atingi-los. Só depois de conhecer essas três variáveis será possível avaliar as opções de investimentos disponíveis e a melhor periodicidade para aplicar.

“Ao decidir sobre a periodicidade dos aportes, é essencial avaliar a previsibilidade da renda, o perfil de investidor e os objetivos financeiros. A escolha entre aportes mensais, trimestrais ou anuais deve alinhar-se com as características pessoais de fluxo de caixa e com a tolerância a riscos”, afirma Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest.

Regularidade

Antes de decidir se você fará aporte mensal, trimestral ou anual, observe qual deles irá se encaixar melhor no seu perfil para seguir uma regularidade. Para Clay Gonçalves, planejadora financeira CFP pela Planejar, o mais importante é criar o hábito de poupar e investir. Se isso ocorrer mensalmente, melhor. Mas, se não for possível fazê-lo todos os meses, que seja a cada três meses, ou uma vez por ano – o investimento pode render um pouco menos, mas é melhor do que não investir.

Aporte mensal, trimestral ou anual: qual a diferença?

A frequência dos aportes influencia o crescimento do capital devido aos juros compostos. A cada mês ou trimestre em que um aporte é realizado, o valor acumulado aumenta, porque há juros sobre juros, maximizando o rendimento final.

Para mostrar isso em números, Nayra Sombra, planejadora financeira CFP pela Planejar, simulou investimentos no Tesouro Direto considerando uma rentabilidade média.

Para investimentos de R$ 1.000 ao mês, ao fim de um ano, o investidor terá acumulado R$ 12.540,54. Se investir R$ 3.000 a cada três meses, ele terá R$ 12.441,07 ao fim de um ano. E, se não investir manter os R$ 12.000 parados, ao fim de um ano, não terá rendimento.

Considerando essa mesma simulação em um período de dez anos, o investidor que aportou R$ 1.000 todos os meses terá acumulado R$ 199,8 mil, quem colocou R$ 3.000 terá R$ 198,2 mil, e quem colocou R$ 12.000 por ano terá R$ 191,2 mil.

Apesar de os números indicarem maior vantagem para os aportes mensais, essa frequência pode não ser a realidade de todo mundo. Há pessoas com renda estável, outros que recebem mais ou menos conforme a época do ano.

É importante que os investidores observem as taxas de administração e impostos sobre os investimentos escolhidos. Na renda fixa, a tributação está associada ao tempo que o dinheiro fica investido, explica Clay Gonçalves, planejadora financeira CFP pela Planejar. Por isso, a frequência dos aportes pode fazer diferença no tempo total, ou seja, quanto antes se fizer o investimento, mais cedo se alcançará a alíquota mínima de imposto.

Na renda variável, o imposto está relacionado ao ganho de capital, portanto a periodicidade de aportes não será relevante para o cálculo do imposto.

Além disso, é preciso conhecer o potencial dos produtos para saber se o custo de investir vai valer a pena.

Fonte: IstoéDinheiro