Economia
Quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Brasil registra deflação em agosto e IPCA desacelera para 4,24% em 12 meses

Após alta de 0,38% em julho, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em -0,02% em agosto, informou nesta terça-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira deflação (taxa negativa) desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%.

Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses desacelerou para 4,24%, ante 4,50% nos 12 meses imediatamente anteriores, ficando abaixo do teto da meta para o ano. O centro da meta oficial para a inflação do Brasil em 2024 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

No ano, o IPCA acumula alta de 2,85%.

A expectativa era de desaceleração forte da inflação em agosto, mas o resultado veio melhor do que o esperado. Pesquisa da Reuters apontava que a expectativa de analistas era de alta de 0,01%, acumulando em 12 meses alta de 4,29%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois tiveram deflação: Habitação (-0,51%), após redução nos preços da energia elétrica residencial (-2,77%), e Alimentação e bebidas (-0,44%), com a segunda queda consecutiva da alimentação no domicílio (-0,73%).

Mercado aposta em alta nos juros

O mercado passou a projetar novas altas na Selic. A previsão trazida pelo Boletim Focus desta semana é de que a taxa básica de juros suba dos atuais 10,5% para 10,75% ao ano na semana que vem. Até então, o relatório feito semanalmente com mais de 100 instituições financeiras apontava manutenção do nível dos juros.

“Tais dados dariam alívio ao Banco Central para discordar tanto da curva de juros, quanto do Focus mais recentes, na condução da política monetária. Entretanto, o alerta do TCU ao governo sobre as inconsistências nas premissas de arrecadação, consideradas excessivamente otimistas e de despesas, consideradas subestimadas, colocam o fiscal novamente como ponto central dos juros no Brasil”, avaliou Jason Vieira, economista e diretor da MoneYou.

Fonte: IstoéDinheiro